sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Elvis Presley - All Shook Up / That's When Your Heartaches Begin

Como a RCA Victor estava sem material para lançamentos, Elvis entrou em estúdio logo em janeiro de 1957 para novas sessões. As gravações aconteceram no Radio Recorders, o preferido de Elvis na costa oeste. Desde quando começou a trabalhar na RCA, Elvis sempre escolhia o local por ter bom equipamento de gravação e acomodações acolhedoras. Dessa vez o principal objetivo era gravar novas músicas para um single a ser lançado o mais rapidamente possível. Elvis chegou com sua turma e começou a ouvir as sugestões do produtor. As músicas de demonstração eram passadas para ele escolher as que mais lhe agradava. 

Essa acabaria sendo a sua forma de trabalhar até o fim de sua carreira. As músicas eram reproduzidas para sua audição, caso Elvis gostasse de alguma, mandava separar e ao final com seis ou oito canções escolhidas ele se dirigia ao microfone e dava seu sinal de OK. Os microfones eram ligados e as sessões começavam de fato. Geralmente Elvis ouvia as demos sentado em uma confortável cadeira no centro do estúdio com um refrigerante em mãos, geralmente uma Pepsi, sua marca preferida. Nesse dia em particular Elvis resolveu tentar algo diferente. Iniciou com a canção gospel “I Believe”. Depois tentou a balada "Tell Me Why". Só no final da sessão é que se mostrou disposto a gravar a canção "All Shook Up". Era o que os produtores da RCA queriam.

A música escrita por Otis Blackwell caía como uma luva para o gosto dos jovens da época. Tinha um excelente ritmo, com muito swing, e uma letra que certamente criaria uma identificação imediata com a juventude. Era praticamente uma gíria que logo cairia na boca dos fãs de Elvis. Embora o cantor fosse creditado depois como um dos autores da música, a verdade é que novamente pouco participou da criação da canção. Apenas deu uma ideia para o que seria um bom refrão, daqueles bem pegajosos, que grudam na cabeça do ouvinte. Sugeriu a expressão “All Shook Up” se referindo obviamente a um estado de excitação, movimento, inquietação. O próprio cantor inclusive explicou depois em uma entrevista que só havia dado ideia para uma única música em toda sua vida e era justamente essa, “All Shook Up”. Ele havia tido um sonho estranho, onde não parava quieto e quando acordou imaginou que poderia sair uma música dali. Alguns historiadores porém acham que embora não estivesse mentindo a música já existia desde 1956 e tinha apenas sido retocada por Blackwell para que Elvis a gravasse depois.

Um fato curioso é que "All Shook Up" iria mudar com os anos. A versão original do compacto tem uma melodia com levada de jazz e swing, mas quando Elvis a levou para os palcos a partir de 1969 ela ganharia muito mais velocidade, se transformando em um rock vibrante, com pouca identidade com a gravação original. O lado B do single veio com a baladona “That's When Your Heartaches Begin”. A canção foi incluída praticamente como “tapa buraco” pois a RCA não tinha a menor intenção de trabalhar em cima dela. Era uma velha balada romântica, sem muito potencial comercial, que só foi gravada por Elvis porque ele a tentava gravar adequadamente desde os tempos da Sun. Como lado B de All Shook Up já estava bem posicionada. All Shook Up virou um tremendo sucesso em seu lançamento e seria o primeiro de quatro singles campeões nas paradas que Elvis iria emplacar de forma consecutiva. De fato esse foi um de seus períodos mais bem sucedidos em termos comerciais. Seus singles eram dados como certos no topo das paradas e tinham pré vendas de mais de um milhão de exemplares. Algo inédito para a RCA. All Shook Up chegou ao primeiro lugar na Billboard Top 100 em abril de 1957 tirando a canção “Round and Round” de Perry Como da primeira posição. No saldo final deu a Elvis Presley mais dois discos de platina. Um êxito comercial absoluto. Nada mal para o que era apenas um sonho agitado de fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Too Much / Playing For Keeps

O primeiro material inédito de Elvis a chegar nas lojas americanas em 1957 nos Estados Unidos foi o single Too Much / Playing For Keeps. Havia uma grande ansiedade por canções inéditas de Elvis Presley pois seu sucesso inigualável no ano anterior o tinha elevado ao posto de cantor número 1 da América. Assim tudo o que levava a marca Elvis era esperado com grande expectativa pelo mercado. Um mês antes do lançamento a RCA enviava para as principais lojas do país o material promocional do novo single de Elvis – um enorme cartaz para ser exposto na entrada dos estabelecimentos com a capa do compacto e a data de lançamento. A frase “Elvis está chegando” podia ser lida em letras garrafais.

Pelos números alcançados em 1956 a RCA resolveu caprichar em cada novo produto de seu agora artista principal. Os fãs adoravam esse tipo de clima pré lançamento e não se faziam de rogados oferecendo uma bela soma pelos cartazes para adicionar em suas coleções de itens relacionados ao Rei do Rock. O curioso é que embora fossem esperadas como novidade absoluta a verdade pura e simples é que as duas canções desse compacto nada mais eram do que sobras das sessões do segundo álbum de Elvis. As músicas tinham sido arquivadas para serem lançadas depois, justamente para cobrir os primeiros meses do ano de 1957 pois Elvis descansaria por algumas semanas da correria dos compromissos do ano anterior para só então retomar o ritmo dentro do novo ano que nascia.

Dentro da RCA surgiu um debate sobre qual música deveria ocupar o lado A do compacto. Alguns defendiam que Playing For Keeps tinha mais potencial nas paradas pois lembrava em certos momentos a grande balada de seu último sucesso, Love Me Tender. Keeps também era uma balada cuja letra consistia em uma declaração de amor, ideal para os corações adolescentes apaixonados da década de 50. Outra corrente porém defendia que Too Much tinha mais forças para chegar ao topo da Billboard pois era um rock com pegada, com aquela vocalização “mastigada” de Elvis que todos os jovens adoravam. A indecisão fez com que a RCA imprimisse a capa do single com Playing For Keeps em primeiro lugar (obviamente ocupando o lado A) para logo depois mudar completamente de idéia ao colocar finalmente Too Much no lado principal. Indecisão é pouco.

Quem não estava gostando nem um pouco de Too Much ganhar todo esse destaque no lançamento era justamente Scotty Moore, o guitarrista da banda de Elvis. Ele tinha errado no solo, perdeu-se por um momento e só depois conseguiu voltar ao ponto certo. Quando Elvis escolheu aquele take como oficial, Moore se apressou em lhe avisar que ele tinha errado mas Elvis respondeu: “Eu sei disso, mas essa versão ficou ótima, vamos deixar assim”. A canção chegou ao mercado com a falha de Scotty Moore que falaria sobre esse seu erro por anos a fio, como que se quisesse se desculpar com os fãs de Elvis. Bobagem, a falha existe realmente mas não macula a gravação e nem a música que é contagiante e tem a marca registrado do vocal de Elvis – algo que ele já fazia desde os tempos da Sun e que usaria ainda bastante nos anos seguintes. Aquilo era o mais puro puro rock ´n ´Roll. O single chegou nas lojas e como era de se esperar vendeu muito, mas não o bastante para chegar ao topo da Billboard. O máximo que alcançou foi um honroso segundo lugar. O fato deixou alguns cabeças da RCA preocupados mas eles não teriam motivos para reclamar pois logo Elvis estaria de volta aos estúdios para produzir material realmente novo, fresquinho, saído do forno em um ano que ele reinaria absoluto nas paradas de sucesso. Elvis estava realmente chegando e dessa vez para ficar definitivamente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Peace In The Valley - Letras

(There Will Be) Peace in the Valley (For Me) 
(Thomas A. Dorsey) - Oh well, I’m tired and so weary / But I must go alone / Till the lord comes and calls, calls me away, oh yes / Well the morning's so bright / And the lamp is alight / And the night, night is as black as the sea, oh yes / There will be peace in the valley for me, some day / There will be peace in the valley for me, oh Lord I pray / There'll be no sadness, no sorrow / No trouble, trouble I see / There will be peace in the valley for me, for me / Well the bear will be gentle / And the wolves will be tame / And the lion shall lay down by the lamb, oh yes / And the beasts from the wild / Shall be lit by a child / And I'll be changed, changed from this creature that I am, oh yes / There will be peace in the valley for me, some day / There will be peace in the valley for me, oh Lord I pray / There'll be no sadness, no sorrow / No trouble, trouble I see / There will be peace in the valley for me, for me / (Unichapell Music, BMI) 3:21 - Data de gravação: 13 de janeiro de 1957 - Local: Radio Recorders, Hollywood.

I Believe (Erwin Drake - Irvin Graham - Jimmy Shirl - Al Stillman) - I believe for every drop of rain that falls / A flower grows / I believe that somewhere in the darkest night / A candle glows / I believe for everyone who goes astray, someone will come / To show the way / I believe, I believe / I believe above a storm the smallest prayer / Can still be heard / I believe that someone in the great somewhere / Hears every word / Everytime I hear a new born baby cry, / Or touch a leaf or see the sky / Then I know why, I believe / Everytime I hear a new born baby cry, / Or touch a leaf or see the sky / Then I know why, I believe / (Gentleman Jim Co, ASCAP) 2:05 - Data de gravação: 12 de janeiro de 1957 - Local: Radio Recorders, Hollywood.

Take My Hand Precious Lord (Thomas A. Dorsey) - Precious Lord, take my hand / Lead me on, let me stand / I'm tired, I’m weak, I’m lone / Through the storm, through the night / Lead me on to the light / Take my hand precious Lord, lead me home / When my way grows drear precious Lord linger near / When my light is almost gone / Hear my cry, hear my call / Hold my hand lest I fall / Take my hand precious Lord, lead me home / When the darkness appears and the night draws near / And the day is past and gone / At the river I stand / Guide my feet, hold my hand / Take my hand precious Lord, lead me home / Precious Lord, take my hand / Lead me on, let me stand / I'm tired, I’m weak, I’m lone / Through the storm, through the night / Lead me on to the light / Take my hand precious Lord, lead me home / (Warner Tamerlane Corp, BMI) 3:16 - Data de gravação: 13 de janeiro de 1957 - Local: Radio Recorders, Hollywood.

It Is No Secret (What God Can Do) (Stuart Hamblin) - The chimes of time ring out the news, / Another day is through. / Someone slipped and fell. / Was that someone you? / You may have longed for added strength, / Your courage to renew. / Do not be disheartened, / For I have news for you. / It is no secret what God can do. / What He's done for others, He'll do for you. / With arms wide open, He'll pardon you. / It is no secret what God can do. / There is no night for in His light / You never walk alone. / Always feel at home, / Wherever you may go. / There is no power can conquer you / While God is on your side. / Take Him at His promise, / Don't run away and hide / It is no secret what God can do. / What He's done for others, He'll do for you. / With arms wide open, He'll pardon you. / It is no secret what God can do / (MCA Corp, BMI) 3:53 - Data de gravação: 19 de janeiro de 1957 - Local: Radio Recorders, Hollywood.

Peace In The Valley (1957) - Elvis Presley (voz e violão) / Scotty Moore (guitarra) / Bill Black (baixo) / D.J.Fontana (bateria) / Gordon Stoker (piano) / Dudley Brooks (piano) / Hoyt Hawkins (órgão) / Jordanaires (acompanhamento vocal) / Produzido por Steve Sholes / Arranjado por Elvis Presley e Steve Sholes / Gravado nos estúdios Radio Recorders - Hollywood / Data de Gravação: 12 a 13 de janeiro de 1957 e 19 de janeiro de 1957 / Data de Lançamento: abril de 1957 / Melhor posição nas charts: #39 (EUA) # - (UK).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Peace In The Valley

Quando o compacto duplo Peace In The Valley apareceu nas lojas americanas em abril de 1957 a imprensa torceu o nariz para o lançamento! “Elvis Presley, aquele roqueiro, agora cantando músicas religiosas? Quem ele pensa que está enganando?” Infelizmente não é de hoje que a chamada grande imprensa mostra desconhecimento de causa em relação a Elvis Presley. O jornalista dos grandes meios de comunicação quase sempre é um “generalista”, um sujeito que sabe pouco sobre muita coisa e muita coisa de praticamente nada! Assim também foi com Elvis. Focados apenas no lado roqueiro do jovem Elvis eles desconheciam completamente sua trajetória, suas raízes musicais e seu lado mais espiritual. Ignoravam por exemplo que um dos grandes sonhos de Elvis sempre foi o de participar de um quarteto gospel e de que ele, mesmo quando participava de sessões comuns e regulares, sempre se aquecia cantando o mais puro gospel de sua infância e juventude. Até mesmo no dia a dia Presley gostava de se ver envolvido com a música religiosa. Mesmo famoso não perdia seus programas de rádio preferidos onde a programação geralmente girava em torno desse estilo musical.

Quando voltou aos estúdios para “encher a lata”, ou seja, gravar novas músicas para a RCA Victor, Elvis aos poucos foi gravando canções religiosas. Nada havia sido previamente programado sobre isso mas entre uma música convencional e outra Elvis foi registrando algumas canções gospel. Uma aqui, outra acolá, como quem não queria nada. Ele estava empolgado com a ótima repercussão de sua apresentação de “Peace in The Valley” no programa de Ed Sullivan algumas semanas antes então por que não gravar algumas músicas nesse estilo? Poderia dar certo, quem sabe. O ideal seria a gravação de quatro músicas para compor um compacto duplo e assim Elvis o fez. Obviamente esse tipo de música nada tinha a ver com imagem pública que ele tinha entre o grande público naquela época. Para a massa Elvis Presley era um roqueiro com brilhantina no cabelo que no palco rebolava de forma indecente e escandalosa! Nada, absolutamente nada a ver com um cantor religioso de baladas espirituais.

A verdade era que o homem Elvis Presley tinha pouco a ver com sua imagem pública. Enquanto todos pensavam que ele era um selvagem ao estilo dos personagens de Marlon Brando e James Dean no cinema, Elvis era apenas um rapaz jovem tentando subir na vida para dar uma vida melhor aos seus pais. Calmo, tímido até, não ousava falar palavrões em casa diante de Gladys e nem de Vernon Presley. Caseiro e apegado com sua mãe sempre ligava para ela onde quer que estivesse para dizer que tinha feito boa viagem e estava tudo bem. Enfim, o oposto do demônio delinquente juvenil que imaginavam dele.  De certa forma esse compacto duplo era a realização de um velho sonho de Presley, a de ser um cantor gospel, de levar suas músicas preferidas para sua imensa legião de fãs, sempre nesse processo levando também uma mensagem de espiritualidade e religiosidade a todos os seus admiradores. Uma postura muito digna e adequada, diga-se de passagem. Esse tipo de trabalho sempre enchia Elvis de orgulho pessoal e ele sempre encontraria um jeito dali em diante de encaixar algo nesse estilo em seus shows e discos. Quando chegou nas lojas o resultado foi considerado muito bom. Elvis colocou um pé no mercado gospel,  um dos mais influentes e ricos da sociedade americana, ao mesmo tempo em que sua imagem foi bem melhorada diante dos setores mais conservadores do país. Um saldo final muito positivo. As canções que fizeram parte desse compacto duplo foram essas:

Peace In The Valley (Thomas A. Dorsey) – Escrita em 1939 para a grande cantora Mahalia Jackson. Essa era uma música que tocava fundo na alma de Elvis porque lembrava a ele sua infância na pequena Tupelo no vizinho Estado do Mississippi onde nasceu. Quando a canção estourou nas rádios ele tinha apenas 4 anos de idade, o que ajudou a criar uma lembrança afetiva da música em sua vida. Interessante é que Elvis foi o mais fiel possível ao disco original de Jackson. Até nos mínimos detalhes – como a guitarra solando ao fundo – Elvis tentou reproduzir em seu registro. O acompanhamento vocal é praticamente o mesmo, mostrando que Elvis queria mesmo uma gravação fiel à antiga versão. Uma postura de respeito com a versão original, sem dúvida. A letra, como não poderia deixar de ser, é evocativa a um lugar imaginário onde haveria paz, onde os lobos seriam mansos e os ursos gentis. Uma metáfora do céu e do paraíso prometido aos bons cristãos que levassem uma vida digna e correta. Bem escrita a canção entrou na galeria das mais queridas entre os evangélicos do sul dos Estados Unidos. A versão oficial de Elvis foi gravada no dia 13 de janeiro de 1957 em Hollywood nos estúdios Radio Recorders.

It Is No Secret (Stuart Hamblem) - A versão original foi lançada em 1950 pelo cantor religioso Bill Kenney e o grupo The Ink Spots. A canção foi composta pelo cowboy cantor Stuart Hambleim que era muito popular por seu famoso programa de rádio – que era ouvido também pelo garoto Elvis e sua mãe Gladys nos primeiros dias da família Presley em Memphis. Hambleim se tornou muito conhecido por causa dos temas que escreveu para os grandes nomes do faroeste americano como Gene Autry, Roy Rogers e John Wayne. Anos depois decidiu seguir uma linha mais evangélica, completamente centrada em músicas religiosas e “It Is No Secret” faz parte dessa sua nova fase de vida. A versão de Elvis tem um toque mais moderno se formos comparar com a versão original. Aqui ele quis certamente melhorar um pouco em relação ao disco original. Sua visão da canção ficou pronta no dia 19 de janeiro de 1957, logo após Elvis finalizar a trilha sonora daquele que seria seu novo filme, “Loving You”.

I Believe (Drake / Graham / Shirl / Stillman)  - Extremamente emocional para Elvis, essa música ganha em grandiosidade e emoção, principalmente porque notamos nitidamente como ele se entregava completamente, de corpo e espírito, a esse sentimento religioso. Música Gospel sempre teve um significado muito grande para Elvis, provavelmente foi o primeiro tipo de canção que ele ouviu, nos cultos da assembleia de Deus, do qual fazia parte. Tinha um carinho especial por elas tendo gravado três discos exclusivamente com este gênero musical no decorrer de sua carreira: "His Hand in Mine" em 1960, "How Great Thou Art" em 1967 e "He Touched Me" em 1972. Curiosamente todos os prêmios Grammy da carreira de Elvis Presley lhes foram dados por seus trabalhos religiosos!

Take My Hand Precious Lord (Thomas A Dorsey)  - Outra música composta por Thomas Dorsey, "Take My Hand Precious Lord" foi particularmente complicada de finalizar. Depois de várias tentativas Elvis se deu por satisfeito e após ouvir todos os takes da sessão escolheu a que melhor lhe agradava. Mas intimamente, como confidenciou a Scotty Moore, não ficou muito certo sobre a escolha. Isso demonstra como Elvis trabalhava fixamente e arduamente sobre uma canção até achar a versão definitiva. Estas quatro canções incluídas em "Peace In The Valley" foram a materialização de um dos sonhos de infância de Elvis, pois desde de criança ele almejava ser cantor de músicas religiosas. É certo pelos registros que Elvis certamente deu o melhor de si. Ele ainda não tinha o pleno domínio vocal que iria adquirir ao longo dos anos mas isso em nada prejudicou ou maculou o resultado final, pelo contrário, mostrou que definitivamente ele não era apenas um cantorzinho para consumo jovem, um mero ídolo adolescente. Era na realidade um dos melhores intérpretes surgidos dentro da música americana, algo que provaria nos anos seguintes. Um talento inigualável certamente.

Elvis Presley - Peace In The Valley (1957) - Elvis Presley (voz e violão) / Scotty Moore (guitarra) / Bill Black (baixo) / D.J.Fontana (bateria) / Gordon Stoker (piano) / Dudley Brooks (piano) / Hoyt Hawkins (órgão) / Jordanaires (acompanhamento vocal) / Produzido por Steve Sholes / Arranjado por Elvis Presley e Steve Sholes / Gravado nos estúdios Radio Recorders - Hollywood / Data de Gravação: 12 a 13 de janeiro de 1957 e 19 de janeiro de 1957 / Data de Lançamento: abril de 1957 / Melhor posição nas charts: #39 (EUA) # - (UK).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Just For You

Poucos dias depois que o compacto duplo "Peace In The Valley" chegou nas lojas americanas a RCA Victor lançou no mercado outro compacto, igualmente duplo, apenas com músicas inéditas gravadas por Elvis Presley. O mercado de fato esperava por um novo single depois do grande sucesso de "All Shook Up", mas isso definitivamente não aconteceu. A razão é que os executivos da gravadora após ouvirem as novas faixas que Elvis havia gravado no Radio Recorders chegaram na conclusão que nenhuma delas tinha força suficiente para estourar nas paradas. Eram boas canções sim, bem gravadas e tudo o mais, porém não tinham vocação para virarem hits na Billboard. Excesso de zelo? Falta de confiança no novo material? Em parte sim. Realmente os engravatados da Victor não estavam errados. Elvis vinha de "All Shook Up", um tremendo sucesso e não seria interessante ver seu novo single ficar para trás nas principais paradas. A decisão então foi reunir quatro das novas músicas para lançamento no mercado em forma de Extended Play (o nome americano para o nosso compacto duplo).

A direção de arte da capa reciclou uma foto que havia sido tirada para fazer parte da capa do segundo álbum do cantor no ano anterior. Elvis inclusive está com a mesma camisa, o mesmo violão e no fundo o mesmo cenário. A única diferença é que ele está usando um casaco vermelho bem chamativo. A contracapa repetia o que era praxe na época: uma mera lista promocional de outros compactos duplos da RCA Victor nas lojas. Estão lá os nomes dos novos disquinhos de Perry Como, Harry Belafonte, Chet Atkins, Eddie Fisher, Glenn Miller, Eddy Arnold, entre outros. Na época isso era considerada mera propaganda, mas hoje em dia esse tipo de informação não deixa de ter um charme extra pois ficamos sabendo quais artistas estavam no mercado fazendo concorrência a Elvis. E foi justamente essa disputa feroz no mercado que fez com que a RCA lançasse esse "Just For You". A trilha sonora de "Loving You" só chegaria aos fãs no meio do ano e para evitar que Elvis ficasse vários meses sem nada de inédito nas lojas a gravadora se apressou em colocar no mercado o disco.

O curioso em "Just For You" é que ele logo se tornaria obsoleto para os colecionadores. Como vinha um novo filme de Elvis por aí nos cinemas, a RCA decidiu reaproveitar todas essas faixas para colocá-las no Lado B do álbum da nova trilha sonora. Os fãs que compraram o compacto logo tiveram que gastar dinheiro novamente com as mesmas músicas que voltavam no LP "Loving You". Era a velha estratégia do Coronel Parker de vender a mesma coisa duas vezes, algo que ele aprendeu muito bem em seus dias de circo. Assim todas as faixas de Just For You acabaram se tornando as primeiras “bonus songs” das trilhas sonoras de Elvis Presley. O que eram "Bônus Songs"? Basicamente eram gravações de Elvis que não faziam parte dos filmes, mas que eram incluídas no álbuns das trilhas para completa-las. Geralmente as trilhas de Elvis tinham de seis a sete canções e eram insuficientes para ocupar todo o espaço de um antigo LP. Dessa maneira as Bônus Songs eram adicionadas, se completando as dez ou doze faixas necessárias. Todos os artistas da época faziam isso e com Elvis não seria diferente.

O carro chefe de Just For You era a boa "I Need You So". Uma balada sentimental que apesar de bem executada nunca conseguiu boa repercussão. Completando o lado A temos o country "Have I Told You Lately That I Love You" cujo destaque é a boa sonorização do grupo vocal The Jordanaires. Por essa época eles já estavam completamente entrosados com Elvis e essa simbiose já surgia perfeitamente nos registros. Já o lado B abria com a deliciosa "Blueberry Hill". Falaremos melhor sobre ela quando formos analisar a trilha de "Loving You", mas de antemão quero dizer que é uma pena que a RCA nunca tenha trabalhado melhor nessa música. Eu a considero excelente. Seu potencial de virar hit na época já havia se esgotado pois ela já tinha feito sucesso na voz de outros cantores, porém mesmo assim merecia melhor destino certamente. "Just For You" fecha com outra boa balada," Is It So Strange", uma bela canção que também nunca encontrou bom espaço dentro da discografia de Elvis. Ela reaparecia anos depois no álbum "A Date With Elvis" quando o cantor estava servindo o exército americano na Alemanha.

Quando chegou no mercado "Just For You" surpreendeu e conseguiu emplacar um ótimo segundo lugar entre os compactos duplos mais vendidos. Isso incentivou a RCA a lançar novos EPs de Elvis nos anos seguintes, disquinhos que só deixariam mesmo de serem lançados por volta de 1966 quando a RCA lançou as últimas trilhas sonoras de Elvis nesse formato. Não se preocupe, ainda falaremos muitos sobre esses charmosos vinis que marcaram a discografia de Elvis Presley. Até lá.

Elvis Presley - Just For You (1957)
I Need you So
Have I Told You Lately That I Love You
Blueberry Hill
Is It So Strange

Elvis Presley – Just For You (1957) / Elvis Presley (voz e violão) / Scotty Moore (guitarra) / Bill Black (baixo) / D.J.Fontana (bateria) / Gordon Stoker (piano) / Dudley Brooks (piano) / Hoyt Hawkins (órgão) / Jordanaires (acompanhamento vocal) / Produzido por Steve Sholes / Arranjado por Elvis Presley e Steve Sholes / Gravado nos estúdios Radio Recorders - Hollywood / Data de Gravação: 18 e 19 de janeiro de 1957 / Data de Lançamento: abril de 1957 / Melhor posição nas charts: #2 (EUA).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Loving You (1957)

LOVING YOU (1957) - Primeira trilha sonora de Elvis Presley em formato de Long Playing (LP) contendo as músicas do filme "Loving You" da Paramount Pictures. A trilha sonora do filme anterior de Elvis, "Love Me Tender", só havia sido lançada em um compacto duplo. Como Tom Parker não dava ponto sem nó, ele logo viu que seria muito mais lucrativo colocar todas as canções em um disco inteiro. Como a duração da trilha sonora do filme não era suficiente para preencher todo o espaço de um LP, Parker colocou canções inéditas gravadas em estúdio no lado B. Essas seriam as primeiras "Bônus Songs" da carreira de Elvis. No Brasil o filme recebeu o título de "A mulher que eu amo" nos cinemas e posteriormente quando passou na TV recebeu o título de "Perdidos na Cidade". Ao contrário de "Love Me Tender" em que Elvis era apenas um dos atores que chegaram após o projeto do filme estar pronto, "Loving You" foi totalmente planejado para o cantor estrelar. Os produtores elaboraram então a fórmula "Elvis" de fazer filmes: muita música, roteiro escapista e de acordo com o gosto médio do público jovem da época. Essa forma de fazer filmes iria se desgastar ao longo do tempo, mas em 1957 ainda era uma grande novidade. O Público adorou e lotou os cinemas. Todos queriam ver a nova sensação da música mundial.

Em "Love Me Tender" as músicas foram colocadas no último minuto, o filme, um western convencional, nem tinha canções em seu roteiro original, mas como Elvis era um nome quente em 1956, os diretores musicais da 20th Century Fox se apressaram em colocar 4 músicas para Elvis cantar em cima da hora! Mas com "Loving You" as coisas fluíram de forma diferente. O roteiro já nasceu pronto para Elvis, toda a trilha foi composta especialmente para ele. Elvis estava no auge e as coisas não poderiam sair de outra forma. "Loving You" hoje é considerado um dos clássicos do Rei, um símbolo do cinema jovem feito nos anos 50, cujo roteiro foi levemente inspirado na própria história do cantor. Nada muito dramático, ao contrário, muito leve e soft. Até mesmo porque ninguém queria ver Elvis estrelar um dramalhão! Com "Loving You" Hollywood abriu definitivamente as portas para Elvis Presley. A parceria iria durar 16 anos e Elvis só iria se despedir do cinema em 1972 com o documentário "Elvis On Tour".

Durante todo esse tempo muitos filmes seriam produzidos, com tudo o que de bom e ruim que os estúdios tinham a oferecer para o cantor. "Loving You" é um grande sucesso de Elvis nos cinemas, um filme que abriu caminho para todas as produções posteriores dele. Para fazer par principal com o Rei do Rock a Paramount escalou uma starlet em ascensão: Dolores Hart. A atriz que contracenou com Elvis tinha uma promissora carreira em Hollywood. Era uma das mais prestigiadas atrizes jovens e poderia ter se tornado um nome famoso com essas produções. Mas, para surpresa de todos, abandonou a vida do cinema para se dedicar totalmente à religião, se tornado freira em uma ordem católica. De qualquer forma Dolores levou seu prêmio por "Loving You", pois ela foi a primeira atriz a beijar Elvis em cena. Estas são as canções do Long Playing "Loving You" (LPM 1515):

MEAN WOMAN BLUES (Claude DeMetrius) - Um dia depois de registrar um de seus maiores sucessos de sua carreira, "All Shook Up", Elvis entrava no Radio Recorders para gravar "Mean Woman Blues". Na verdade a canção nem foi feita especialmente para o filme, mas foi aproveitada por seu potencial cênico, aonde Elvis poderia desenvolver com desenvoltura seus requebros. Esse é um blues visceral cantado por Elvis em um determinado momento da película, passado numa lanchonete típica dos anos 50. em que ele é desafiado a provar seu talento para os jovens presentes à mesa por um caricato vilão de filmes adolescentes. Termina com a inevitável briga entre o Rei e seu oponente. A dança apresentada se tornou um dos momentos antológicos da carreira cinematográfica de Elvis, mesmo que depois tenha sido criticada por causa do posicionamento da câmera principal, que focalizou Elvis de forma errada, pois pendurado na parede atrás do cantor havia um grande par de chifres de alce. Para alguns observadores, algumas tomadas de cena colocaram Elvis em uma posição no mínimo inusitada. Pois em alguns momentos os chifres se encaixam perfeitamente com sua cabeça, dando a impressão de que o diretor quis de forma deliberada colocar "chifres" em Elvis! Cada coisa que esse pessoal percebe, convenhamos... Apesar de todas as lendas urbanas envolvendo a cena, o veredito é um só: grande cena, grande música.

(Let Me Be Your) TEDDY BEAR (Kall Mann / Bernie Lowe) - No auge do sucesso de Elvis correu um boato que ele adorava ursinhos de pelúcia. Apesar de não ser verdade o boato ganhou força e de um momento para o outro o cantor se viu num mar de bichinhos dados pelos seus fãs. Em uma entrevista Elvis afirmou que tinha guardado todos em sua casa! Para aproveitar esta história foi composto este grande sucesso, que alcançou o primeiro lugar da parada de singles da revista Billboard com "Loving You" no lado B. O single foi um campeão absoluto de vendas quando foi lançado em junho de 1957. Assim como "Mean Woman Blues", "Teddy Bear" também não fez parte das sessões de gravação da trilha sonorda do filme "Loving You". Ela foi registrada dias depois em uma sessão que só foi realizada para Elvis gravá-la. Nesse mesmo dia Presley ainda gravou uma versão "envenenada e maldita" de "One Night" chamada "One Night Of Sin". Esse take alternativo acabou se tornando bem badalado após a morte do cantor. Curiosidade: o "Teddy", nome dado ao ursinho é uma homenagem ao presidente americano Theodore Roosevelt, conhecido por suas caçadas e espírito aventureiro.

LOVING YOU (Jerry Leiber / Mike Stoller) - Música título do filme que foi gravada em três arranjos diferentes: uma versão acústica para uma determinada cena do filme, em balanço blues e a versão clássica, conhecido por todos, lenta e romântica, que está presente neste LP. A razão para tantas versões é a determinação dos diretores musicais da Paramount para que fosse gravada variações diferentes para a aprovação final do estúdio. Além disso deveria haver takes de "Loving You" suficientes para utilizar em material promocional, como trailers, divulgação em rádios, etc. Aliás "Loving You" acabou se tornando um problema para Elvis. Muitos dos takes produzidos nas sessões de janeiro de 57 foram rejeitados pela Paramount. Então Elvis deve que voltar várias vezes aos estúdios para regravar grande parte do material, tanto que a versão definitiva de "Loving You" só saiu mesmo dia 24 de fevereiro. Mesmo assim Elvis não estava completamente seguro de que aquela seria a versão ideal. Mas sem mais tempo a RCA Victor resolveu lançá-la mesmo no single junto com "Teddy Bear". O single, como já foi escrito aqui, fez grande sucesso e novamente mostrou que seus compositores, Leiber e Stoller, se firmavam cada vez mais como os principais escritores de Elvis. A música em si possui melodia e letra simples, ideal para os corações juvenis dos anos cinqüenta.

GOT A LOT O'LIVIN TO DO (Aaron Schroder / Bernie Weisman) - Ponto alto tanto no filme em que Elvis a apresenta em uma de suas melhores performances, como no disco, pois a canção é um Rock'n'Roll vibrante e empolgante. Para a cena do filme Elvis chamou seus pais para participarem como figurantes na plateia. Visualiza-se facilmente Gladys Presley, sua mãe, de roupa azul, sentada entre o público, batendo palmas ao lado do filho. Elvis fez questão que sua mãe estivesse com ele em Hollywood. Queria lhe dar o melhor, hospedá-la em hotéis de luxo e dar todo o tratamento vip que ela nunca teve na vida. Elvis queria acima de tudo cercá-la do bom e do melhor. Gladys era a força moral e espiritual que Elvis sempre podia contar. Com a morte de sua mãe, meses depois, "Loving You" se tornou um filme muito doloroso de assistir para Elvis, pois a lembrança de sua mãe ali ao seu lado seria mais presente do que nunca. Para evitar a depressão de ver novamente Gladys em cena ao seu lado, Elvis tomou uma atitude drástica: baniu de uma vez por todas o filme de sua vida. Se recusou sempre a assisti-lo novamente e nunca mais nem ao menos voltou a ouvir a trilha sonora, segundo seus amigos da máfia de Memphis. Ele se sentiu profundamente deprimido pela morte da mãe e segundo seus amigos mais íntimos nunca mais se recuperou desta perda.

LONESOME COWBOY (Sid Tepper / Roy Bennet) - Esta canção foi composta inicialmente para ser o tema título da trilha sonora do segundo filme de Elvis pois ele iria se chamar "Lonesome Cowboy". Mas esse projeto inicial foi mudado pelos executivos da Paramount. Primeiro porque outro western poderia levar alguns a confundir o novo filme com "Love Me Tender" e segundo porque era mais importante colocar Elvis em um tema mais atual e urbano, que falasse mais diretamente com o público alvo de Elvis: os jovens. A música ficou e foi encaixada em uma cena com Elvis devidamente vestido à caráter. Apesar de apresentar um bom ritmo e certa fluência, percebe-se claramente que seu arranjo ficou um pouco confuso, no meio termo entre a pretensão e a simplicidade. O resultado final acabou não indo para nenhum lado, transformando tudo numa grande confusão rítmica. "Lonesome Cowboy" foi uma das únicas músicas aproveitadas das sessões de janeiro para a Paramount. Todas as outras, ou foram descartadas ou então regravadas por Elvis depois. Esta dupla de compositores seria responsável por uma das melhores trilhas sonoras da carreira de Elvis nos anos sessenta: "G.I.Blues" (saudades de um pracinha, 1960).

HOT DOG (Jerry Leiber / Mike Stoller) - Pequena pérola composta pelos sempre ótimos Leiber e Stoller. Não confundir com "Hound Dog" dos mesmos compositores. Esta dupla foi importantíssima para a carreira do Rei do Rock, mas nunca se deram bem com o Coronel Parker. Além de cobrarem bem mais do que os demais escritores possuíam opiniões próprias que se chocavam com o próprio ponto de vista de Parker. Uma das ideias sugeridas por Leiber e Stoller a Elvis foi a realização de um musical na Broadway estrelada pelo próprio cantor. Elvis gostou muito da ideia pois teria oportunidade de atuar e o mais importante, de dançar e desenvolver novas coreografias. Apesar da ideia ter sido recebida com entusiasmo por Elvis logo foi abandonada, pois o Coronel convenceu o cantor que tal projeto "poderia ser prejudicial à sua carreira"! Esse e outros incidentes entre Parker e os autores acabaram causando o afastamento definitivo deles da carreira de Elvis em meados dos anos 60. Sem dúvida uma grande perda para o cantor.

PARTY (Jesse Mac Robinson) - Fechando o antigo lado A do LP e a parte referente aos trabalhos relativos ao filme temos esta música que cumpre seu papel de forma eficiente, parecendo até mesmo uma continuação de "Hot Dog". Ambas foram gravadas nas mesmas sessões realizadas em janeiro de 1957 no estúdios Radio Recorders em Hollywood. Apesar de ensaiar e gravar quase todos os temas da trilha sonora nessas sessões, a RCA só aproveitou como oficiais as versões de "Party", "Hot Dog" e "Lonesome Cowaboy". Todas as demais foram arquivadas ou rejeitadas pelos produtores. Muitos desses registros inclusive foram perdidos. "Party" não teve uma grande repercussão na época, era apenas um bom rock em uma época em que Elvis só estava gravando verdadeiros hinos desse ritmo. Porém ela não foi esquecida como bem demonstrou Paul McCartney em seu disco "Run Devil Run" onde ele gravou uma nova versão deste verdadeiro hino do Rock'n'Roll mundial. Um merecido reconhecimento, sem dúvida.

BLUEBERRY HILL (Rose / Lewis / Stock) - Música que abria o antigo Lado B da trilha sonora, em sua versão norte-americana. A primeira "Bonus Song" da carreira de Elvis Presley. Essa denominação era usada para músicas que não faziam parte da trilha sonora mas que eram colocadas nos LPs para completá-los cronologicamente. Uma das mais deliciosas canções dos anos 50. Se tornou bastante popular graças ao cantor e compositor de New Orleans, Fats Domino. Fats era um roqueiro atípico, primeiro porque sua vida foi um mar de tranquilidade, sem escândalos ou manchetes sensacionalistas na imprensa marrom. Segundo porque, ao contrário dos demais astros da primeira geração de roqueiros, não viu sua carreira afundar na virada da década de 50 para a de 60. Outro aspecto interessante em Fats Domino foi que ele foi um dos primeiros rockstars a irem para Las Vegas, na época considerada uma cidade fora de rota para os cantores jovens por causa do público envelhecido que frequentava os cassinos da cidade. Muito anos antes de Elvis ir de forma definitiva para Vegas, Fats já se apresentava regularmente naquela cidade. Aqui Elvis interpreta o maior sucesso de Domino, e por sua vez não deixa por menos e protagoniza uma versão de alto nível. O mais puro som dos anos 50 está aqui!.

TRUE LOVE (Porter) - Aqui Elvis Presley interpreta uma canção escrita por um dos maiores nomes da música norte americana, o músico e compositor Cole Porter. Esta canção fez parte da trilha sonora do clássico filme "Alta Sociedade", protagonizado por Bing Crosby, Frank Sinatra e Grace Kelly alguns anos antes. Inclusive Frank Sinatra gravou um disco inteiro só com canções de Cole Porter chamado "Sinatra Sings The Select Cole Porter", trabalho musical maravilhoso e obrigatório. Já Elvis apenas entrou em contato timidamente com Porter. Como era um astro jovem e Porter exigia maior sofisticação não era muito conveniente para Presley se envolver em demasia com um autor que era o preferido de Sinatra, que por sua vez detestava a turma roqueira da época.

DON'T LEAVE ME NOW (Schroeder / Weisman) - Outra "Bonus Song" que apesar de bem gravada e executada passou despercebida no lançamento do disco. Romântica e com indisfarçável gosto country a música ficaria muito bem no repertório de um Hank Williams, por exemplo. Elvis voltaria ao estúdio mais uma vez e em abril de 1957 gravaria uma nova versão dessa mesma canção, dessa vez para fazer parte da trilha de outro filme dele, "Jailhouse Rock" (o prisioneiro do rock, 1957). Não há grandes diferenças entre as duas versões, apenas uma nova introdução de piano abrindo a versão de "Jailhouse Rock". Difícil explicar o porquê desta canção ter sido incluída novamente em outra trilha sonora e em outro filme. De qualquer forma fica o registro de Elvis em duas ocasiões diversas de sua carreira interpretando a mesma canção.

HAVE I TOLD YOU LATELY THAT I LOVE YOU (Weisman) - Outra canção com toques de música country! Chega a ser impressionante a quantidade de takes alternativos dessa música, o que mostra as dificuldades de se chegar a uma versão satisfatória. O CD "Stereo 57 - Essential Elvis Vol. 2" por exemplo traz várias das tentativas de Elvis. Outra canção que não faz parte dos trabalho de "Loving You", sendo gravada no dia 19 de janeiro de 1957 em Los Angeles. Nessa mesma noite Elvis, muito inspirado por sinal, conseguiu também chegar na versões definitivas de "Blueberry Hill" e "Is It So Strange", essa última sem dúvida uma das grandes baladas na voz de Elvis Presley nos anos 50. Enfim, mais uma canção que deixa registrado novamente um belo momento de seu talento.

I NEED YOU SO (Hunter) - Fechando o disco da trilha sonora de "Loving You" Elvis apresenta uma canção de um de seus compositores preferidos, Ivory Joe Hunter. Elvis sempre admirou muito Hunter, tanto que mesmo nos anos 70, ele iria gravar várias músicas dele, como "It's Still Here" e "I Will be True", ambas lançadas no LP "Elvis" de 1973. É uma música que de certa forma repete praticamente os mesmos arranjos de "Have I told you lately that I love you?" e não acrescenta muito. Isso porém não tira seus inegáveis méritos, principalmente pelo vocal inspirado de Elvis. Um bom desfecho para o terceiro LP da carreira de Elvis Presley.

Elvis Presley - Loving You (1957): Elvis Presley (vocal, violão) / Scotty Moore (guitarra) / Tiny Timbrell (guitarra) / Bill Black (baixo) / D.J. Fontana (bateria) / Dudley Brooks (piano) / Gordon Stoker (piano) / Hoyt Hawkins (piano) / The Jordanaires (acompanhamento vocal) / George Fields (harmonica) / Produzido por Steve Sholes / Arranjado por Elvis Presley e Steve Sholes / Gravado no Radio Recorders - Hollywood / Data de Gravação: 15 a 18, 21 a 22 de janeiro e 14 de fevereiro de 1957 / Data de Lançamento: julho de 1957 / Melhor posição nas charts: #1 (EUA) e #1 (UK)

Texto escrito por PABLO ALUÍSIO - Junho de 1999 / revisado e atualizado em novembro de 2001 / Reescrito em agosto de 2005.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Loving You - Elvis e Lizabeth Scott

Quando Elvis chegou em Hollywood para finalmente estrelar "Loving You", o produtor Hal Wallis o apresentou imediatamente para a atriz Lizabeth Scott. Naquela altura ela já era uma veterana das telas, tendo estreado no cinema na década de 40. Scott era uma revelação do produtor que tentou por vários anos a transformar numa estrela. Seu plano era muito simples, transformar Lizabeth Scott numa nova Elizabeth Taylor. Ambas tinham origem inglesa e um porte elegante. Desse modo  Wallis acreditava que a escalada rumo ao topo seria apenas questão de tempo. Sempre a escalando em seus filmes, ele foi tentando abrir caminho para sua protegida, mas as coisas não pareciam dar muito certo. A imprensa de Hollywood não comprou a ideia de transformar a atriz numa estrela. Lizabeth Scott poderia até se tornar uma segunda Lauren Bacall, uma versão loira da grande estrela da MGM. Porém os planos do produtor nunca deram certo. Lizabeth Scott assim acabou sendo apenas uma boa atriz, uma coadjuvante interessante para bons filmes.

Em 1957 ela foi escolhida para fazer parte do elenco de "Loving You" (A Mulher que eu amo, no Brasil). Esse seria o segundo filme estrelado por Elvis Presley. Hollywood apostava no cantor para ele se tornar uma espécie de "Novo James Dean". Lizabeth Scott seria uma atriz mais experiente em um elenco com muitos jovens, inclusive Elvis e Dolores Hart. O produtor Hal Wallis acreditava que o casal formado por Elvis e Dolores era muito jovem e inexperiente, sem condições de levar um filme daquele porte sozinhos. Era precisa alguém com mais experiência por perto. Lizabeth Scott iria cumprir justamente essa função.

Assim Lizabeth vinha para contrabalancear a inexperiência do casal principal e trazer um pouco mais de conteúdo dramático nas cenas. Logo no começo das filmagens ela percebeu que iria se dar bem com Elvis. Numa primeira impressão ela chegou a pensar que ele poderia sofrer de algum estrelismo por causa de seu sucesso como cantor, mas isso não aconteceu. Elvis sempre pareceu prestativo e atento em suas dicas de interpretação. Ao invés de se comportar como um arrogante, Elvis foi inteligente e procurou aprender com a atriz, que sempre surgia dando palpites e dicas para ele. Entre uma cena e outra Lizabeth ensaiava com Elvis as falas, a postura, a forma de agir diante das câmeras. De fato ela acabou se tornando uma professora de atuação para Elvis durante as filmagens, uma vez que ele nunca havia estudado teatro ou qualquer outro curso para atuar bem.

As filmagens foram tranquilas, sem sobressaltos. Se dentro do set tudo corria em paz, fora dele as coisas eram bem mais complicadas. Na época Lizabeth Scott tinha que lidar com muitos problemas, inclusive em sua vida pessoal. Havia uma série de boatos afirmando que na verdade ela era lésbica. Dentro do meio cinematográfico sua suposta homossexualidade já era bem conhecida. Ela seria assim uma das mais famosas lésbicas de Hollywood na era clássica. A grande preocupação era que esse seu segredo fosse divulgado ao grande público o que arruinaria sua reputação e carreira. Revistas de escândalos como a Confidential estavam no pé da atriz durante as filmagens de "Loving You". A comunidade de Hollywood sempre procurava se proteger sobre isso, respeitando a orientação sexual homossexual de seus membros, mas a imprensa não. Muitos jornalistas queriam o escândalo para vende jornais e revistas.

Hal Wallis sabia dos riscos, mas resolveu apoiar sua atriz. Havia sempre uma tensão no ar quando um novo número da revista sensacionalista chegava nas bancas. A ansiedade e o medo parecem ter sido decisivos para uma decisão radical tomada pela atriz após as conclusões das filmagens. Assim que o diretor gritou "corta" pela última vez, ela se reuniu com Wallis nos camarins e lhe comunicou que era o fim. Não mais atuaria no cinema, estava farda de tanta pressão e tensão. Ela não queria mais ser pressionada, nem ser alvo de fofocas. Queria viver sua vida privada em paz, ser feliz acima de tudo. Lizabeth simplesmente se encheu de tudo e todos e partiu para uma vida reclusa, longe dos holofotes. Não queria sofrer aquele tipo de constrangimento.

De fato ela só retornaria às telas uma única vez em 1972 para uma pequena participação em um filme de um amigo. Fora isso decretou adeus a Hollywood com esse filme de Elvis. Para os fãs do cantor só restou o agradecimento. Assistindo ao filme hoje em dia, podemos perceber nitidamente a importância de Lizabeth Scott na produção. As cenas mais fortes, do ponto de vista dramático, pertencem a ela. Sua experiência e ótima presença cênica fizeram toda a diferença do mundo no resultado final. Elvis e Dolores Hart eram dois jovens inexperientes perto da longa caminhada que Scott já vinha trilhando. Caminho esse que ela resolveu abandonar após as filmagens de seu primeiro e único filme ao lado de Elvis Presley. Um adeus marcante de uma atriz talentosa que nunca chegou ao estrelado, mas que deixou sua marca registrada em vários filmes durante sua conturbada carreira.

Pablo Aluísio.  

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Loving You - Elvis e Dolores Hart

Ela tinha um futuro promissor. Era considerada a estrela do amanhã por uma grande publicação em Hollywood e tinha conseguido assinar seu grande contrato com a Paramount no valor de 1 milhão de dólares. Tudo parecia caminhar muito bem para ela até que desistiu de tudo para abraçar uma vida religiosa enclausurada em um convento Beneditino na zona rural de Connecticutt. Lida assim a história da vida da atriz Dolores Hart mais parece um roteiro, mas não é. Em 2011 ela finalmente voltou às telas no documentário "Deus é o Elvis Maior", que concorreu ao Oscar em sua categoria. Desde 1962 Dolores não pisava em uma noite de premiação da Academia mas voltou para ajudar na divulgação do filme. Vestida com o hábito de freira ela chamou atenção por onde passou. Aos 73 anos, sorridente e simpática, encantou a todos os presentes.

Ainda bonita, com lindos olhos azuis que lhe valeram por anos uma comparação com a diva Grace Kelly, Dolores aos 18 anos teve o privilégio de ser a atriz que pela primeira vez beijou Elvis Presley em um filme. Foi em "Loving You" (A Mulher Que Eu Amo, no Brasil), um musical que captou o jovem Rei do Rock no auge da carreira e da beleza. Sobre Presley ela só tem coisas boas a dizer: "Ele era uma pessoa muito doce. Muito amigo e companheiro nas filmagens. Éramos muito jovens e inexperientes então nos ajudamos mutuamente. Ele adorava James Dean e Marlon Brando e queria ter uma carreira como a deles. Se empenhava muito nas cenas e levava tudo muito à sério". Elvis inclusive compareceu a sua festa de aniversário realizada com a nata jovem de Hollywood presente para lhe homenagear.

O sucesso de Loving You abriu ainda mais as portas para Dolores em Hollywood. Ela foi escolhida pelo próprio mestre do suspense Alfred Hitchcock para aparecer em seu famoso programa de TV e depois foi selecionada por um dos grandes cineastas do cinema americano, George Cukor, para aparecer no clássico "A Fúria da Carne". Ela voltou a trabalhar com Elvis Presley em "Balada Sangrenta" mas começou a sentir a pressão de ser uma jovem starlet na capital do cinema. Havia muita competição na luta pelos papéis e aos poucos Dolores foi percebendo que não mais se sentia feliz com sua carreira de atriz. Ela fez nove filmes em cinco anos e foi ficando cada vez mais cansada daquele ambiente. Em 1963 participou de seu último filme, "Come Fly WIth Me" onde interpretava uma aeromoça. Estava noiva e compromissada mas deu uma reviravolta em sua vida resolvendo finalmente abraçar uma existência religiosa cristã. Após passar alguns dias de férias em uma distante propriedade em Connecticut ela resolveu conhecer a abadia local e se encantou com a paz do lugar. Após pensar muito resolveu virar freira, algo que foi visto com desconfiança pela Madre Superiora que não acreditava que uma atriz de Hollywood poderia se tornar uma religiosa praticamente da noite para o dia. "Levou três anos e muitas visitas ao convento para que as freiras finalmente acreditassem em mim e me dessem as ordens sagradas" relembra Dolores.

"Eu não entendo porque as pessoas se surpreendem tanto por eu ter abraçado o caminho de Deus! Elas possuem dúvidas sobre isso? Eu não!" - resume Dolores. Sobre o passado Dolores ainda guarda boas lembranças. "Elvis veio ao meu aniversário, tocou clarinete e depois sentou ao piano para tocar algumas canções. Era uma pessoa divertida, com ótimo humor mas que mantinha uma certa timidez que era muito charmosa. Era um cavalheiro, um exemplo de simplicidade. Guardo boas lembranças dele". Apesar do que foi fofocado na época nada houve entre eles nas filmagens, apenas uma sincera amizade. Dolores já estava de caso sério com o arquiteto Don Robinson que anos depois, desiludido por Dolores ter virado freira, jamais se casou, sempre a visitando quando possível em seu convento de reclusão. A atriz porém continuou membro da Academia, votando todos os anos nos concorrentes ao Oscar. Ela poderia ter sido uma grande atriz com o status de uma Elizabeth Taylor, quem sabe? De qualquer forma preferiu virar uma estrela de Cristo. "Quem afinal consegue entender os caminhos que Deus traça para todos nós?" - pergunta Dolores ao final.

Pablo Aluísio.  

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Loving You - Discografia Brasileira

Elvis Presley - Loving You - Discografia Brasileira
O álbum Loving You foi lançado no Brasil nos anos 1950, só que chegou aos fãs brasileiros com um ano de atraso, em 1958. Era praticamente idêntico ao disco americano, apenas trazendo de diferente a ordem das músicas. "Party", por exemplo, foi levada para o Lado B. E "Don´t Leave Me Now" foi realocada para abrir esse mesmo lado do LP. Curiosamente o disco manteve a mesma direção de arte do disco americano, o que não era muito comum porque naqueles tempos as representantes nacionais das gravadoras estrangeiras costumavam mexer no disco de todas as formas, inclusive mudando as capas. A edição brasileira levou o código de identificação BKL92. 

O compacto simples do filme também foi lançado, com Loving You no lado A e Teddy Bear no lado B. E não ficou por aí, a RCA Brasil ainda colocou no mercado nacional um dos dois compactos duplos americanos, provando que Elvis era bom de vendas em nosso país. Nas rádios o sucesso veio mesmo com a balada "Loving You", seguindo um pouco atrás "Teddy Bear". É interessante notar que "Loving You" fez mesmo bastante sucesso no Brasil, a ponto de ser incluída no disco "Elvis Disco de Ouro" de 1977, o disco brasileiro de Elvis mais vendido da história. E não podemos nos esquecer também que a faixa ainda foi lançada por Roberto Carlos até recentemente. O Rei brasileiro também quis fazer sua versão da música. 

Pois bem, o disco Loving You ainda ganharia mais duas edições brasileiras. A segunda seria lançada em 1982 naquela série "Pure Gold" que recolocou no mercado brasileiro diversos discos da carreira de Elvis. Esse LP dos anos 80 teve seu mono original reprocessado eletronicamente para Stereo, algo que nem todos os fãs gostaram. De fato muitos reclamaram do som desse vinil. Eu não seria tão crítico, acho OK. Nesse disco de 82 também houve uma pequena modificação da direção da arte da capa. Eu achei de muito bom gosto. O selo desse vinil era amarelo, sendo diferente do original preto da RCA dos Estados Unidos. Por fim, nos anos 90, com a explosão do CD no mercado nacional, houve a terceira edição de Loving You no Brasil. Poucas cópias foram colocadas no mercado, sendo hoje em dia essa edição uma verdadeira raridade. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Elvis Presley - Loving You - Discografia Americana

LOVING YOU (1957)
MEAN WOMAN BLUES
TEDDY BEAR
LOVING YOU
GOT A LOT O'LIVIN TO DO
LONESOME COWBOY
HOT DOG
PARTY
BLUEBERRY HILL
TRUE LOVE
DON'T LEAVE ME NOW
HAVE I TOLD YOU LATELY THAT I LOVE YOU
I NEED YOU SO

Obs: Esse disco foi o primeiro a trazer uma trilha sonora de Elvis Presley no formato álbum, também conhecido como Long Playing ou LP. A trilha sonora de "Love Me Tender" foi lançado em EP (compacto duplo) e Single. O interessante é que esse disco iria se tornar um padrão para futuros lançamentos de Elvis trazendo músicas de Hollywood. O disco vendeu muito e mostrou a viabilidade comercial desse tipo de disco. Além disso o álbum em si funcionava também como publicidade para o filme, fazendo com que seus fãs fossem ao cinema. 

Single extraído deste disco:
Teddy Bear / Loving You (1957)

Obs: Esse single foi um grande sucesso comercial, indo para o primeiro Lugar nas paradas da Billboard. Pelo ótimo resultado comercial acabou se transformando no único single extraído do álbum. A RCA Victor estava mais do que satisfeita com o número de copias vendidas.

Compacto duplo incluído neste disco:

Elvis Presley Just For You
I Need you So / Have I Told You Lately That I Love You / Blueberry Hill / It's So Strange

Obs: Lançado antes do álbum Loving You, com material totalmente inédito, o EP Just For You fez um bom sucesso de vendas no mercado, chegando ao segundo lugar entre os mais vendidos da Billboard.

Compactos duplos extraídos deste disco:

Loving You Vol. 1:
Loving You / Party / Teddy Bear / True love
Obs: Lançado em agosto de 1957 foi um grande sucesso de vendas chegando ao primeiro lugar na parada de EPs - compactos duplos - isso apesar de só trazer reprises do álbum original. A capa trazia a mesma foto do disco original, do LP. 

Loving You Vol. 2:
Lonesome Cowboy / Hot Dog / Mean Woman Blues / Got A Lot O'Living to do
Obs: Outro compacto duplo lançado em agosto. Esse foi bem menos sucedido do que o anterior, só chegando ao quarto lugar nas paradas. Foi o último lançamento do projeto Loving You a chegar nas lojas americanas.

Pablo Aluísio.