sábado, 15 de julho de 2023

Elvis Presley - Hound Dog 1956

Conta a lenda que a primeira vez que Elvis Presley apareceu na televisão, Ed Sullivan ficou tão escandalizado com o que viu, que afirmou que Elvis jamais apareceria no seu programa. Mas, quando Elvis apareceu no Steve Allen Show, o ibope de seu concorrente subiu tanto que Sullivan resolveu voltar atrás e pagar uma nota para Ter o rei do rock em seu programa. E, para mostrar sua desaprovação, ordenou que Elvis fosse localizado somente da cintura para cima, enquanto que, fora das câmeras, Sullivan o xingava. Noventa por cento desta fábula é ficção. Anteriormente, Sullivan não havia se dado bem com alguns rockeiros, particularmente com Bo Didley. Mas, devido ao enorme sucesso de Elvis Presley, Sullivan lhe pagou 50 mil dólares por três apresentações em seu programa. A primeira delas foi em Hollywood, no dia 9 de setembro e Elvis não foi só mostrado da cintura para cima.

Esse célebre incidente, que viria simbolizar todo o moralismo dos anos 50, só aconteceu na última apresentação, e não teve nada a ver com a dignidade moral dos americanos, foi só mais um caso de auto censura, com a intenção de sugerir que "lá embaixo" Elvis estava botando para quebrar. E esse papo de que Sullivan o ficou xingando no primeiro show é totalmente inverossímil, pois o apresentador estava doente, recuperando-se de um acidente automobilístico, e quem comandou o programa naquela noite foi Charles Laughton. Só mais uma coisa: não foi Ed Sullivan que tornou Elvis famoso, mas justamente o contrário. O programa de Sullivan, Toast of Town, era uma verdadeira porcaria, enquanto que Elvis já se transformara em um verdadeiro fenômeno nacional de que todo o país ouvia falar, graças principalmente ao rádio. O Rock & Roll se difundiu mundialmente através do rádio.

O primeiro herói do rock – que deu nome à música, estabelecendo os concertos de rock e conquistando uma ampla faixa de audiência – foi um radialista, o DJ Alan Freed. Junto com outros 1700 DJs americanos, Freed comandou o clima cultural da década de 50. A televisão que até hoje não entende o Rock, significava muito pouco para a juventude da época, pois até o advento de programas como o American Bandstand (onde os cantores dublavam seus rocks enquanto um monte de adolescentes ficava dançando ao redor), que só foi entrar em rede nacional em 1957 a programação da TV era dedicada exclusivamente ao público adulto e infantil, ignorando completamente os adolescentes. Pelo final de 1956 Elvis Presley era universalmente aclamado como o Rei do Rock & Roll. O rapaz que havia começado o ano como um obscuro cantor country, que era escutado através de um programa caipira transmitido de Shreveport , era agora um herói da juventude americana. Ninguém na história do Show business havia subido tão depressa. Nem mesmo os Beatles, quando comparados com ele, tiveram que batalhar bastante para atingir o estrelado.

Single nas lojas
Don't be Cruel (Presley / Blackwell) - Lançado em um single juntamente com "Hound Dog". Elvis em diversas entrevistas nos anos cinqüenta afirmou ser esta a sua música preferida. Seu produtor na Sun Records, Sam Philips, declarou: "...Não gostei de Heartbreak Hotel, mas quando ouvi Don't be Cruel eu pensei comigo mesmo: Agora eles descobriram o que fazer com o talento de Elvis". Foi lançada em julho de 1956 atingindo o primeiro lugar rapidamente. Foi durante a apresentação desta música que Elvis foi censurado no Ed Sullivan Show pois os produtores do programa resolveram só o mostrar da cintura para cima! Sem dúvida este ato simbolizou todo o moralismo da sociedade americana dos anos 50. "Don't be Cruel" foi gravada em 2 de julho de 1956 em Nova Iorque. Finalmente o single Hound Dog / Don´t Be Cruel foi lançado em 13 de julho de 1956 e ganhou ouro quase na mesma semana.

Hound Dog (Jerry Leiber / Mike Stoller) — Sem dúvida uma das mais conhecidas músicas de Elvis. Originalmente foi lançada por Willie "Big Mama" Thornton em 1953. A Versão de Elvis surgiu como lado B do single "Don't Be Cruel" alcançando o primeiro lugar nas paradas em julho de 1956. Foi uma das mais difíceis de gravar levando Elvis e seu grupo a produzir mais de trinta takes!. Finalmente Elvis se deu por satisfeito escolhendo uma das versões como definitiva. Elvis a apresentou no programa de Milton Berle na TV americana numa das melhores performances de sua vida. Foi gravada em 2 de julho de 1956 nos estúdios da RCA em Nova Iorque. Anos depois Stoller se manifestou: "Hound Dog foi feita para ser cantada por uma mulher...mas a versão de Elvis ficou tão legal que ninguém se tocou sobre isso. Elvis conhecia a versão original de Big Mama Thornton, mas só optou por cantá-la após ouvir a versão de Freddie and The Bellboys em Las Vegas, em maio de 56. Antes de gravar a canção, Elvis já a havia cantado duas vezes na TV. Quando chegou a hora de gravá-la, precisaram executá-la 31 vezes para obter a versão perfeita". Foi a primeira gravação de Elvis com o apoio vocal do grupo The Jordanaires.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Elvis Presley - Heartbreak Hotel 1956

A esta altura de sua vida, Elvis havia entrado para a galeria de heróis violentos, sádicos e enlouquecidos, que eram idolatrados pela juventude da década de 50. Elvis estava lado a lado com o ameaçador Marlon Brando em "O Selvagem", ou com o psicótico Vic Morrow de "Sementes da violência". Elvis era o próprio delinqüente juvenil , encarnando toda a rebeldia dos jovens do mundo. O que o genial Elvis Presley fez foi combinar estes mitos rebeldes do cinema com a música Rock & Roll e criar uma nova forma de entretenimento – o concerto de Rock .

Foram suas poses desafiadoras, sua dança endiabrada e seu psicodrama espontâneo que deram início a toda uma tradição no rock pesado. Da noite para o dia a imagem do "cantor jovem" ficou sendo a daquele carinha muito louco, que arrebentava a guitarra enquanto dançava como um demônio. Tão profunda e difundida é essa imagem atualmente, que não conseguimos imaginar um astro de rock agindo de outra maneira. Em conseqüência, podemos afirmar que a imagem de Elvis como performer ultrapassou em muito sua influência na música do planeta (mesmo porque ele logo abandonaria o rockabilly, esse novo e revolucionário idioma musical).

A prova disso é que todos os astros de rock dos quarenta anos seguintes, derivaram diretamente dessa sua "retórica" de palco, dessa sua sexualidade e energia incontroláveis. O grande artista estava pronto, mas antes de tudo, Elvis precisava de um grande sucesso, em nível nacional, e um dia essa canção chegou até ele. A compositora do primeiro grande sucesso de Elvis Presley o conheceu em Nashville, onde estava acontecendo a convenção nacional dos disc-jockeys. Ela foi até lá com a intenção de vender a canção. Elvis ouviu a fita e seus olhos brilharam. Assim que percebeu que ele havia gostado, Mae Axton propôs que, se Elvis concordasse em fazer de "Heartbreak hotel" o seu primeiro disco pela RCA, ela lhe daria parceria na música. O resto a gente já sabe. "Heartbreak Hotel" estabeleceu Elvis Presley como o novo herói da música pop.

O disco foi lançado em 28 de janeiro de 1956 num programa de televisão, e na primeira semana de abril era o primeiro lugar em todas as paradas de sucesso – country, R&B e pop, um fato inédito até então. E assim nascia um Rei! Single nas Lojas - Heartbreak Hotel (Axton / Durden / Presley) - O primeiro grande sucesso de Elvis em nível nacional foi lançado em Janeiro de 1956 com "I was the one" no lado B alcançando o primeiro lugar na parada americana e européia. A música foi escrita especialmente para ele e se tornou uma de suas marcas registradas. Foi gravada em 10 de janeiro de 1956 no estúdios da RCA em Nashville, na primeira sessão de Elvis na RCA.

Para tentar reproduzir o som das gravações da Sun Records, o engenheiro Bob Ferris construiu uma câmara no prédio do novo estúdio, buscando eco de telhas e vidro. Inacreditáveis as guitarras acústica e elétrica de Chet Atkins e Scotty Moore na gravação. A companhia de discos a considerou "um desastre", imprópria para tocar no rádio. Cinco semanas depois, tornava-se seu primeiro hit número 1. I Was The One - (Schroder / DeMetrius / Blair / Peppers) - Lado B do single "Heartbreak Hotel" lançado em Janeiro de 1956. O single alcançou o primeiro lugar nas paradas e esta música em si chegou ao vigésimo terceiro lugar na Top 100 da Billboard. É uma terna balada que sem dúvida figura entra as melhores do Rei. Muitos anos depois fez parte de um dos primeiros singles de Elvis em CD.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Elvis Presley - Biografia, 1956 - Parte 1

8 de janeiro - Elvis celebra seu aniversário de 21 anos de idade ao lado de sua mãe Gladys. Ele havia acabado de assinar com a gravadora RCA Victor que tinha grandes planos para o jovem artista. Com o dinheiro do novo contrato Elvis planejava comprar uma nova casa para a família.

10 e 11 de janeiro - Elvis viaja até Nashville para suas primeiras gravações na nova gravadora. Seu produtor passa a ser Steve Sholes. Nessa primeira sessão na RCA Elvis grava as seguintes músicas: I Got a Woman, Heartbreak Hotel, Money Honey, I'm Counting on You e I Was The One.

20 de janeiro - A RCA Victor não perde tempo e lança o primeiro single (compacto simples) de Elvis Presley no mercado. É o primeiro disco do cantor com o selo da nova gravadora. O single vem com as canções Heartbreak Hotel e I Was The One (no lado B) e se torna um grande sucesso de vendas, chegando ao primeiro lugar nas paradas, em especial da Billboard, a mais importante dos Estados Unidos. É o primeiro sucesso nacional de Elvis que assina a composição, embora não a tenha composto de fato. Uma letra estranha, um desabafo de um homem solitário, inspirada em um bilhete de um suicida. Apesar do tema sombrio acabou virando um grande hit. Como parte da promoção da nova canção a RCA escala Elvis para aparecer em programas de TV.

30 e 31 de janeiro - A RCA Victor tem planos de colocar no mercado um álbum (LP) de Elvis Presley, mas não tem músicas suficientes para tanto. Assim Elvis viaja até Nova Iorque para a gravações de novas faixas. Nessa sessão em NYC ele grava as seguintes músicas: Blue Suede Shoes, My Baby Left Me, One-Sided Love Affair, So Glad You're Mine, I'm Gonna Sit Right Down and Cry e Tutti Frutti. Nessa mesma ocasião Elvis participa de programas de TV de grande sucesso de audiência, o que eleva e muito sua popularidade por todo o país.

3 de fevereiro - A RCA quer mais músicas gravadas por Elvis em estúdio. Assim ele participa de mais uma sessão em Nova Iorque onde grava apenas duas músicas: Lawdy Miss Clawdy e Shake Rattle and Roll. Essas duas músicas, ótimas por sinal, deveriam fazer parte do primeiro álbum de Elvis pela RCA que seria lançado no mês seguinte, mas curiosamente foram arquivadas pela gravadora, só chegando no mercado anos depois no disco "For LP Fans Only".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Elvis Presley - Elvis em 1956

Vamos fazer um balanço de sua carreira nesse ano. A lista serve como guia rápido e prático para o internauta encontrar todas as informações de que precisa de forma mais objetiva. Segue abaixo tudo o que se refere a dados fonográficos de Elvis Presley em termos de discografia norte-americana. Na lista de sessões de gravação temos pela ordem: Data da gravação, músicas gravadas e local de gravação. Nas demais categorias estão listados os álbuns, compactos duplos e compactos simples (singles). Todas as datas se referem aos lançamentos no mercado norte-americano. Todos os produtos foram lançados pela RCA Victor.

É importante esclarecer que na lista de posições nas paradas muita informação se perdeu ao longo dos anos. Não se sabe ao certo, por exemplo, os números reais de vendas dos discos de Elvis Presley no Brasil e nem que posições ocuparam entre os mais vendidos. Até mesmo nos EUA há problemas em catalogar com precisão esse tipo de informação o que torna o número exato de discos vendidos pelo cantor um número meramente estimativo. Apenas alguns anos depois é que houve uma preocupação maior da indústria de registrar as vendas com maior precisão. De qualquer modo segue a lista completa de tudo o que Elvis produziu em termos fonográficos no ano de 1956.


Sessões de Gravação - 1956:
10 de janeiro: "Heartbreak Hotel," "I Got A Woman," "Money Honey" (RCA Studios, Nashville, TN)
11 de janeiro: "I'm Counting On You," "I Was The One" (RCA Studios, Nashville, TN)
30 de janeiro: "Blue Suede Shoes," "My Baby Left Me," "One-Sided Love Affair," "So Glad You're Mine" (RCA Studios, New York, NY)
31 de janeiro : "I'm Gonna Sit Right Down And Cry," "Tutti Frutti" (RCA Studios, New York, NY)
03 de fevereiro: "Lawdy Miss Clawdy," "Shake Rattle and Roll," (RCA Studios, New York, NY)
14 de abril: "I Want You, I Need You, I Love You" (RCA Studios, Nashville, TN)
02 de julho: "Hound Dog," "Don't Be Cruel," "Any Way You Want Me (That's How I Will Be)" (RCA Studios, New York, NY)
24 de agosto: "Love Me Tender," "We're Gonna Move" (Stage 1, 20th Century Fox Studios, Hollywood, CA)
01 de setembro: "Playing For Keeps," "Love Me," "How Do You Think I Feel?," "How's The World Treating You?"(Radio Recorders, Hollywood, CA)
02 de setembro: "When My Blue Moon Turns To Gold Again," "Long Tall Sally," "Old Shep," "Paralyzed," "Too Much," "Anyplace Is Paradise," (Radio Recorders, Hollywood, CA)
03 de setembro: "Ready Teddy," "First In Line," "Rip It Up" (Radio Recorders, Hollywood, CA)
05 de setembro: "Poor Boy," "Let Me" (Stage 1, 20th Century Fox Studios, Hollywood, CA)

Singles (Compactos Simples):
11 de fevereiro: "Heartbreak Hotel" / "I Was The One" (RCA Victor 47-6420)
12 de maio: "My Baby Left Me" / "I Want You, I Need You, I Love You" (RCA Victor 47-6540)
21 de julho: "Hound Dog" / "Don't Be Cruel" (RCA Victor 47-6604)
08 de setembro:
"Blue Suede Shoes" / "Tutti Frutti" (RCA Victor 47-6636)
"I Got A Woman" / "I'm Counting On You" (RCA Victor 47-6637)
"I'll Never Let You Go (Little Darlin')" / "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" (RCA Victor 47-6638)
"Tryin' To Get To You" / "I Love You Because" (RCA Victor 47-6639)
"Blue Moon" / "Just Because" (RCA Victor 47-6640)
"Money Honey" / "One Sided Love Affair" (RCA Victor 47-6641)
"Lawdy Miss Clawdy" / "Shake Rattle And Roll" (RCA Victor 47-6642)
06 de outubro: "Love Me Tender" / "Any Way You Want Me (That's How I Will Be)" (RCA Victor 47-6643)

EPs (Compactos Duplos)
Março:
Elvis Presley (RCA EPA 747): "Blue Suede Shoes" "Tutti Frutti" "I Got A Woman" "Just Because"

Elvis Presley (RCA EPB 1254): "Blue Suede Shoes" "I'm Counting On You" "I Got A Woman" "One Sided Love Affair" "Tutti Frutti" "Tryin' To Get To You" "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" "I'll Never Let You Go (Little Darlin')"

Maio:
Heartbreak Hotel (RCA EPA 821): "Heartbreak Hotel" "I Was The One" "Money Honey" "I Forgot To Remember To Forget"

Setenbro:
Elvis Presley (RCA EPA 830): "Shake Rattle And Roll" "I Love You Because" "Blue Moon" "Lawdy Miss Clawdy"

Outubro:
The Real Elvis (RCA EPA 940): "Don't Be Cruel" "I Want You, I Need You, I Love You" "Hound Dog" "My Baby Left Me"

Any Way You Want Me (RCA EPA 965): "Any Way You Want Me" "I'm Left, You're Right, She's Gone" "I Don't Care If The Sun Don't Shine" "Mystery Train"

Elvis Volume 1 (RCA EPA 992): "Rip It Up" "Love Me" "When My Blue Moon Turn To Gold Again" "Paralyzed"

Novembro:
Love Me Tender (RCA EPA 4006): "Love Me Tender" "Let Me" "Poor Boy" "We're Gonna Move"

Elvis Volume 2 (RCA EPA 993): "So Glad You're Mine" "Old Shep" "Ready Teddy" "Anyplace Is Paradise"

Álbuns:

Março:
Elvis Presley (RCA LPM 1254): "Blue Suede Shoes" "I'm Counting On You" "I Got A Woman" "One Sided Love Affair" "I Love You Because" "Just Because" “Tutti Frutti" "Tryin' To Get To You" "I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You)" "I'll Never Let You Go (Little Darlin')" "Blue Moon" "Money Honey"

Outubro:
Elvis (RCA LPM 1382): "Rip It Up" "Love Me" When My Blue Moon Turns To Gold Again" "Long Tall Sally" "First In Line" "Paralyzed""So Glad You're Mine" "Old Shep" "Ready Teddy""Anyplace Is Paradise""How's The World Treating You?""How Do You Think I Feel?"

Principais Classificações e Prêmios:

Músicas no Hall da Fama do Grammy:
Hound Dog (1988)
Heartbreak Hotel (1995)
Don't Be Cruel (2002)

Músicas Número 1 nas Paradas:
Heartbreak Hotel - Pop, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
I Want You, I Need You, I Love You - Pop(Best Sellers), Country, R&B, Billboard - 1956
Hound Dog - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
Don't Be Cruel - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
Love Me Tender - Pop Billboard - Cashbox Pop – 1956

Estados Unidos - Discos (LP, CD, EP) Número Um
Elvis Presley - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
Elvis - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
Elvis Vol. 1 - EP - Billboard – 1956

Inglaterra - Discos (LP, CD, EP) Número Um
Elvis Presley (Rock'N Roll) - Record Mirror – 1956

Outros Países - Músicas Número Um
Love Me Tender - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956
Heartbreak Hotel - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália - 1957
Hound Dog - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália – 1957
Tutti Frutti - Itália - 1957

Pablo Aluísio

terça-feira, 11 de julho de 2023

Elvis Presley - Elvis no Brasil

A data em que Elvis Presley morreu está chegando e é curioso que geralmente nesses momentos as pessoas param um pouco para relembrar os grandes nomes do passado. Assim também ocorre com Elvis. Morto em 1977 o nome do cantor ainda hoje se faz presente pois dificilmente se encontrará alguém que não saiba quem foi ele. Até mesmo no Brasil seu nome segue como referencial, principalmente quando algum outro ídolo da música morre no auge da popularidade (como aconteceu com Michael Jackson e Amy Winehouse). Para não cair no clichê resolvi escrever um texto mais abrangente sobre a influência e a extensão da popularidade que o nome de Elvis alcançou em nosso país.

É fato que a cultura brasileira, principalmente a musical, sempre foi muito forte e presente na vida de todos. Via de regra o brasileiro realmente aprecia mais sua própria musicalidade, os seus próprios ídolos nacionais. Não é muito comum para o nosso povo eleger ídolos internacionais como seus preferidos. Se é assim hoje em dia imagine há mais de 50 anos quando provavelmente o nome de Elvis Presley foi pela primeira vez ouvido por algum brasileiro. Tente imaginar o Brasil em plena década de 1950. A moralidade, os costumes, tudo era muito diferente do que vemos hoje em dia. As mulheres eram de certa forma reprimidas em sua vida social, profissional e principalmente afetiva. Namorar apenas no portão de casa, passear só levando o irmãozinho (ou a irmãzinha) mais novos juntos. Sexo antes do casamento, nem pensar. Moças de família que tivessem vida sexual pré matrimônio logo caiam na boca do povo, ficavam "mal faladas". A revolução sexual ainda não havia acontecido, a pílula anticoncepcional ainda era peça de filme de ficção e o medo da gravidez precoce era muito presente. Pode ter certeza que tornar o nome de Elvis Presley tão popular assim dentro desse contexto histórico não foi nada fácil.

Elvis chegou no Brasil no comecinho de 1956. As lojas receberam um compacto simples com duas músicas do jovem cantor americano. Não havia capa - era apenas o acetato em uma embalagem simples da RCA Victor. O single era pesado, de 78 RPM e vinha sem muito promoção. No lado A "Heartbrek Hotel" e no B "I Was The One". Curiosamente a filial brasileira só decidiu lançar o disquinho após Elvis ser comentado na revista O Cruzeiro. Lá ele era apresentado aos brasileiros da época como um cantor revolucionário, cabelo grande e pasmem "Rebolativo"! Imaginem o rebuliço que isso causou! Embora Elvis ainda fosse uma novidade seu alter ego, James Dean, já era bem conhecido por aqui. A moçada já estava adotando seu visual "transviado", então quando Presley estourou em polêmica logo foi adotado pela geração "topete e brilhantina". E Elvis era bem isso mesmo, um "James Dean de guitarras" ou um "Marlon Brando que sabia cantar"!

Com toda essa onda em torno de seu nome o disquinho acabou vendendo bem. "Heartbreak Hotel" virou modinha nas rodinhas cults da juventude carioca. Ouvir Elvis, aquele rebelde americano, era sinal de que o jovem estava por dentro do que acontecia nos meios musicais. Com a popularidade logo Elvis também virou ídolo das garotas. Não era para menos. Bem apessoado, sensual e com imagem "perigosa" (para os padrões morais daqueles anos) Elvis logo virou poster nos quartos das beldades. Aliás é interessante notar que a popularidade de Elvis estourou primeiro no Brasil no Rio de Janeiro. Elvis, o roqueiro, logo virou ídolo da moçada carioca. Em São Paulo também houve interesse no cantor na época de seu surgimento, mas não no nível do que aconteceu no Rio. Lá ele fez muito sucesso e foi adotado pelos jovens cariocas de braços abertos.

De fato fora do Rio a explosão da popularidade de Elvis se deu por causa do cinema. Embora Elvis tenha se tornado popular nos EUA graças às suas aparições na TV, tais apresentações não chegaram ao Brasil. Foi o cinema e sua máquina publicitária que colocou o nome Elvis Presley na boca do povo brasileiro. Primeiro com o western B, "Love Me Tender" e depois com seus três filmes posteriores da década de 1950 que logo o transformaram em ícone popular. Os compactos foram sendo lançados um atrás do outro, as capas tentavam de maneira geral seguir a direção de arte dos lançamentos americanos, tornando Elvis um produto comercial quente no Brasil. A exceção ocorreu porém no primeiro álbum lançado por aqui. O disco chamado simplesmente "Elvis Presley" nada tinha a ver com o primeiro LP de Elvis nos EUA. Ao invés de copiarem a famosa capa com letras em rosa e vermelho do disco original preferiram colocar como capa uma imagem que havia sido em um EP nos EUA. Embora confusa a coisa deu certo e o hoje conhecido BKL 60 vendeu um bocado bem. Felizmente no segundo disco do cantor, chamado simplesmente "Elvis" a RCA brazuca resolveu seguir os passos da discografia americana.

Hoje em dia há uma certa visão entre especialistas e fãs de que os filmes de Elvis representaram um erro em sua carreira. Em termos artísticos pode até ter sido um erro mas do ponto de vista de popularização do nome de Elvis não há o que discutir. Se olharmos para a realidade brasileira teremos então uma perspectiva bem mais ampla desse aspecto. O cinema foi extremamente importante na carreira de Elvis aqui no Brasil. Embora os filmes nem sempre tenham sido bons o fato é que estrelando um filme atrás do outro nos anos 60 o cantor conseguiu se manter na ordem do dia e se tornar popular até mesmo em pequenas cidades do interior brasileiro, onde se não fosse por seus filmes ele não teria sido tão conhecido.

Depois do impacto inicial e da popularização pelo cinema o nome de Elvis Presley se firmou em nosso país. Fãs clubes foram formados e o artista ganhou grupos de fãs fiéis, que sempre acompanharam seu trabalho ao longo dos anos. A regularidade acabou se refletindo em sua discografia nacional. Embora nem todos os discos de Elvis tenham sido lançados oficialmente no Brasil, muitos deles chegaram por aqui assim que eram lançados no mercado americano. Nos anos 70 a filial da RCA em nosso país manteve vários discos de Elvis em catálogo por anos a fio. Com sua morte o interesse ficou ainda maior e a gravadora relançou quase todos os seus discos em 1982, fato único no Brasil. Hoje, 34 anos após sua morte a música de Presley chega aos mais distantes rincões pela maravilhosa ferramenta chamada Internet. Sem necessidade de ter um meio físico para existir a obra do cantor não mais encontrou barreiras para se difundir. Jovens ainda nos dias atuais se encantam com o incrível talento de Elvis e assim logo se tornam fãs. É um ciclo natural que não terá mais fim. Sobreviverá a minha pessoa, a você que lê esse texto e a de muitas gerações que já se foram ou que ainda virão. A arte tem essa grandeza. Ela não encontra barreiras ou fronteiras, se espalha por todos os lugares. Assim será eternamente com Elvis Presley, esse grande talento musical que nos deixou há décadas, mas que fincou raízes na cultura humana com a beleza de sua arte, de sua música.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Elvis Presley - O Primeiro Disco no Brasil

Foi em 1956 que pela primeira vez um disco de Elvis Presley foi lançado no Brasil. Era um 78 RPM, com “Heartbreak Hotel / I Was The One” (praticamente idêntico ao Americano). Elvis se tornou conhecido no Brasil porque as reações à sua música e dança nos EUA chamaram a atenção da imprensa brasileira. A RCA Brasil não tardou a colocar seu compacto simples no mercado. Não se sabia ainda ao certo como o público de nosso país iria reagir ao cantor. Aqui predominava os grandes cantores de bolero e samba canção como Orlando Silva e Nelson Gonçalves. A música brasileira era muito forte e era complicado trazer um cantor americano de rock para as paradas.

As pessoas de maneira em geral desconheciam o novo ritmo que já dominava nos EUA. As vendas de Heartbreak Hotel em nosso país não foram excepcionais mas foram boas e a RCA resolveu lançar mais compactos. No total foram seis em 1956. “Hound Dog / Don´t Be Cruel” não poderia faltar em vista do enorme sucesso do single americano. Já o compacto com “Love Me Tender” veio com os lados trocados, “Love Me Tender” surgiu em nosso mercado como Lado B de “Anyway You Want Me” numa clara demonstração que os responsáveis pelos lançamentos de Elvis no Brasil desconheciam completamente o artista em questão. Só numa segunda prensagem corrigiram o erro. Como a RCA americana havia lançado vários singles com músicas do primeiro álbum de Elvis a filial brasileira seguiu seus passos colocando no mercado “Blue Moon / Just Because”, “Tutti Frutti / I Got a Woman” e “Blue Suede Shoes / Trying To Get To You”. Não é de se estranhar que Tutti Frutti tenha se tornado tão popular por aqui. Idem “Blue Suede Shoes”.

Foi em 1956 também que chegou em nossas lojas o primeiro álbum de Elvis no Brasil. Intitulado simplesmente “Elvis Presley” esse disco acabou se tornando conhecido por seu número de catálogo (BKL 60). É um disco muito confuso com seleção musical caótica misturando faixas da Sun Records com canções do primeiro álbum americano de Elvis e músicas mais recentes como “Don´t Be Cruel”. Para piorar colocaram como capa a mesma que havia sido utilizada em um compacto duplo americano. O Brasil era muito atrasado em termos de informações e marketing naquela época e tudo foi feito meio que ao acaso, sem muito conhecimento de causa ao estilo “vamos ver se dá certo”. A verdade pura e simples é que os empregados da RCA no Brasil não sabiam direito quem era Elvis ou o que ele representava. Com o direito de lançar seus discos no Brasil eles apenas pincelaram faixas ao acaso e compilaram o álbum sem muito critério ou organização.

As coisas só melhorariam depois no segundo álbum quando sabiamente resolveram seguir o LP oficial norte-americano. Além da desorganização o fã brasileiro de Elvis da década de 50 ainda teve que aturar atrasos absurdos nos lançamentos. “Elvis” o segundo álbum, por exemplo, só chegou em nossas lojas um ano depois, em 1957. As novidades vindas dos EUA chegavam aqui com muito atraso, de meses de diferença. Curiosamente nas cidades portuárias onde havia maior fluxo de americanos os discos importados chegavam aqui bem antes. No Rio de Janeiro muitos jovens adquiriam seus discos de Elvis diretamente de marinheiros e comerciantes americanos. 

Em Salvador o consulado americano também era uma opção para se ter acesso a material importado, de boa qualidade e inédito no Brasil. Foi assim que um jovem chamado Raul Seixas tomou conhecimento da música de Elvis Presley muito antes dos brasileiros em geral. Discos originais americanos eram raridades em nosso país, além de serem caríssimos. Mesmo assim para os admiradores valia certamente o sacrifício. Voltaremos a falar na discografia brasileira de Elvis Presley nas próximas semanas. Esse foi apenas o começo. Muita água iria rolar ainda por baixo dessa ponte.

Pablo Aluísio. 

domingo, 9 de julho de 2023

Elvis Presley - 2 Original Albuns

A Sony fez o lançamento dos dois primeiros álbuns de Elvis Presley em um mesmo box. foi na verdade um teste de mercado da empresa pois se as vendas fossem boas a gravadora pretendia seguir em frente nesse formato, colocando dois álbuns originais para serem vendidos juntos. Como era de se esperar nesse primeiro pacote que chegou nas lojas tivemos Elvis Presley (1956) e Elvis (1956), dois clássicos absolutos da era de ouro da primeira geração do rock americano. Além das faixas que fizeram parte dos discos originais em vinil, a Sony achou por bem "rechear" o CD duplo com canções que foram gravadas na mesma época, embora não fizessem parte dos álbuns que chegaram originalmente nas lojas nos anos 50. 

Assim faixas como "I Don't Care If The Sun Don't Shine" e "That's All Right" foram adicionados na seleção do primeiro disco e "Don't Be Cruel" e "Love Me Tender" na do segundo. Pessoalmente não gostei desse tipo de mistura, porém o objetivo desse tipo de lançamento fica bem óbvio. A Sony visa com esse tipo de lançamento não o fã mais veterano de Elvis, mas sim os mais jovens, que estão descobrindo sua música agora. É uma tentativa de renovar as gerações dos ouvintes da obra do cantor. Sob esse aspecto até que a intenção está valendo. Já para o que vem acompanhando Elvis há anos não há maior interesse nesse lançamento já que a seleção de músicas só trouxe as gravações master, oficiais, que todos conhecemos.

Elvis Presley - 2 Original Albuns (2017):

Elvis Presley (1956):
Blue Suede Shoes - I'm Counting On You - I Got A Woman - One-Sided Love Affair - I Love You Because - Just Because - Tutti Frutti - Trying To Get To You - I'm Gonna Sit Right Down And Cry (Over You) - I'll Never Let You Go (Little Darlin') - Blue Moon - Money Honey - That's All Right - I'm Counting On You - I Got A Woman - Heartbreak Hotel - I Love You Because - Shake, Rattle And Roll - Lawdy, Miss Clawdy - When It Rains, It Really Pours - I Don't Care If The Sun Don't Shine - My Baby Left Me - Blue Moon - Good Rockin' Tonight

Elvis (1956):
Rip It Up - Love Me - When My Blue Moon Turns To Gold Again - Long Tall Sally - First In Line - Paralyzed - So Glad You're Mine - Old Shep - Ready Teddy - Anyplace Is Paradise - How's The World Treating You - How Do You Think I Feel - Rip It Up - Love Me Tender - Don't Be Cruel - Hound Dog - I Was The One - Too Much - I Want You, I Need You, I Love You - Old Shep - Mystery Train - Any Way You Want Me (That's How I Will Be) - Playing For Keeps - I Forgot To Remember To Forget

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de julho de 2023

Elvis Presley - I Love You Because / Trying to Get You

Elvis Presley - I Love You Because / Trying to Get You 
Esse foi mais um single do Elvis que a RCA lançou em 1956, trazendo em seu repertório duas reprises que já tinham sido lançadas no primeiro álbum do cantor na gravadora. Curiosamente a RCA escolheu duas faixas dos tempos da Sun Records para compor esse compacto. Quando a RCA comprou o passe de Elvis pela Sun Records o contrato determinava que toda gravação que Elvis havia feito para a Sun seria agora de propriedade comercial exclusiva da RCA Victor. E isso incluía músicas que tinham sido gravadas e lançadas no mercado e também canções que apenas tinham sido gravadas, mas que não tinham chegado nas mãos dos fãs de Elvis. Foi o caso dessas duas canções. 

Olhando para o passado vejo também erros. O Lado A do single deveria ter vindo com a música "Trying to Get You" que tinha muito mais potencial de fazer sucesso nas paradas, principalmente na parada de country music da Billboard. Só que a RCA errou e colocou a baladinha "I Love You Because" como faixa principal do single. Eu pessoalmente acho essa gravação bem singela, quase beirando o amadorismo, com um ainda muito jovem Elvis, com sua voz fininha e tímida, tentando acertar o tom certo da música que canta. Ele passa insegurança nessa performance, não tem jeito!

Elvis apreciava muito mais "Trying to Get You", tanto que a levou com muita consistência para seus shows nos anos 70. Praticamente podemos dizer que Elvis a cantou de forma sistemática até o final de seus dias, pois esse country fez parte inclusive de seu repertório de seus shows finais. Não podemos nos esquecer que Elvis queria agradar ao público que ia em seus shows e esse era formado, naquela época, basicamente por moradores de cidades interioranas do sul dos Estados Unidos, que obviamente amavam country. 

Só que esqueça aquelas versões grandiosas dos palcos dos anos 70. Essa aqui do single é a gravação original. É um bom registro, mas em termos de poderio vocal não tem como escapar de uma realidade. A voz poderosa de Elvis nos anos 70 trouxe muito mais força para essa música. Nos tempos da Sun Records Elvis ainda não tinha toda essa maturidade como cantor. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Elvis Presley - I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry

Elvis Presley - I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry 
Não vá perder a conta. Aqui temos mais um single extraído do primeiro disco de Elvis na RCA Victor. Foi o disco com mais singles de toda a discografia do cantor. Olhando para o passado parecia até mesmo um certo desespero da gravadora. Ele havia sido comprado pela RCA do selo Sun Records de Memphis e parecia que os executivos de Nova Iorque não tinham muita fé que Elvis iria retornar o dinheiro pago por eles. Claro que estavam enganados e o tempo iria provar isso, mas em 1956 parece que a RCA estava um tanto quanto desesperada nesse sentido, de gerar lucro o mais rápido possível. 

Pois bem, temos aqui duas faixas que não tinham muito potencial de sucesso nas paradas. Era um single com dois "Lados B" se podemos dizer assim. Além de errarem na escolha das músicas para o compacto a RCA Victor ainda errou na escolha dos lados. "I'm Gonna Sit Right Down and Cry" deveria ter sido lançada no Lado A pois era esse que era mais divulgado pelos DJs das rádios. A baladinha "I'll Never Let You Go" era bem fraquinha nesse sentido e já estava até mesmo fora de sua época quando o compacto chegou nas lojas. De qualquer maneira uma cópia do single chegou nas mãos de um jovem adolescente de Liverpool chamado John Lennon. Quando sua bandinha de escola se profissionalizou e passou a se chamar The Beatles ele fez questão de gravar ao lado de seus companheiros uma excelente versão de "I'm Gonna Sit Right Down and Cry"  na BBC. A gravação ficou primorosa. Se ainda não conhece, não deixe de ouvir. 

Elvis Presley - I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry (1956)
Lado A: I'll Never Let You Go
Lado B: I'm Gonna Sit Right Down and Cry
Selo: RCA Victor
Produção: Steve Sholes

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Elvis Presley - I Got a Woman / I'm Counting On You

Elvis Presley - I Got a Woman / I'm Counting On You
Mais um single extraído do álbum "Elvis Presley" de 1956. A RCA Victor não estava deixando barato, tentando fazer com que as músicas desse disco rendessem o máximo possível. Queriam recuperar o dinheiro investido na contratação de Elvis na Sun Records da maneira mais rápida possível. Não era para tanto, gato apressado come peixe cru. Elvis iria se tornar o artista mais lucrativo da história da gravadora nos anos seguintes. Era apenas uma questão de esperar e trabalhar bem seu potencial dentro do estúdio. Pois bem, esse single trazia como Lado A o clássico de Ray Charles, "I Got a Woman", uma música com ritmo gospel e letra das mais profanas. Uma curtição dele com os fundamentalistas religiosos. Elvis ignorou isso e a gravou, apenas porque gostava muito da canção. 

E há um aspecto nisso que não podemos ignorar. Ray Charles não gostava de Elvis. Chegou ao ponto de ofender ele em uma entrevista, dizendo sem meias palavras que Elvis era um vagabundo e que não queria ter nenhum contato com ele. Aquela velha coisa de ladrão da música negra, algo que iria atravessar Elvis e seu valor como artista por anos a fio. Ele sempre seria acusado disso. O velho estava com a alma envenenada em direção a Elvis. Fico até surpreso com o fato de Ray Charles ter dado autorização para que Elvis gravasse sua criação, afinal ele não tinha nenhuma simpatia com o jovem cantor de Memphis. Elvis, por sua vez, nunca respondeu as ofensas, preferindo o silêncio. Aliás nem mesmo se sabe se ele chegou a tomar conhecimento disso. Ao contrário, iria gravar outras músicas de Ray Charles nos anos seguintes e tornaria "I Got a Woman" uma música fixa em seu repertório de shows durante os anos 70. Eram águas passadas. 

Elvis Presley - I Got a Woman / I'm Counting On You (1956)
Lado A: I Got a Woman
Lado B: I'm Counting On You 
Produção: Steve Sholes
Selo: RCA Victor

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Elvis Presley - Blue Suede Shoes / Tutti Frutti

Elvis Presley - Blue Suede Shoes / Tutti Frutti
Claro que esse single traz dois dos maiores clássicos do rock em seu surgimento. Só que temos que colocar tudo sob uma perspectiva dentro da discografia americana. Nos Estados Unidos esse compacto não teve todo o impacto que alcançou nos demais países do mundo. Na América do Norte ele foi visto apenas como um single promocional do álbum "Elvis Presley" de 1956. As duas músicas assim foram encaradas como meras reprises do material que já tinha sido lançado no disco original, no LP. 

A RCA Victor nem se esforçou muito em promover o pequeno compacto. Por essa razão o compacto nem se destacou tanto assim nas paradas de vendas norte-americanas. Foi um vinil considerado secundário no mercado, apenas para promover o disco completo. Já no resto do mundo foi aquele estouro de vendas. Duas das canções de rock mais fortes do repertório de Elvis fizeram com que o single vendesse milhões de cópias na Europa e no Japão! Até mesmo no Brasil o disquinho foi lançado ainda em uma versão de compacto 78 rotações, porque a indústria brasileira ainda estava um pouco fora de rota do que se fazia lá fora, ainda era tecnologicamente atrasada. Inclusive em nosso país o grande hit foi o lado B com "Tutti Frutti". Chegou a tocar muito nas rádios fluminenses e de São Paulo. Era o puro rock que os brasileiros começavam a conhecer. Os jovens adoraram e os mais velhos acharam uma barulheira! 

De qualquer forma esse single é sem dúvida um marco na discografia de Elvis. A RCA por sua vez lançou basicamente duas versões, uma apenas com uma capa genérica da RCA, branca, cortada no meio para destacar o selo do single, sem firulas e com preço promocional e outra mais bem trabalhada, trazendo a mesma direção de arte da capa do primeiro LP de Elvis na gravaora. Essa era um pouco mais cara nas lojas de discos. Item de colecionador, sem sombra de dúvidas. 

Elvis Presley - Blue Suede Shoes / Tutti Frutti (1956)
Lado A: Blue Suede Shoes
Lado B: Tutti Frutti
Produção: Steve Sholes
Selo: RCA Victor

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 4 de julho de 2023

Elvis Presley - Hound Dog / Don´t Be Cruel

Se existe um single que definiu toda a carreira de Elvis Presley na década de 50 esse foi o mega campeão de vendas "Hound Dog / Don´t Be Cruel". Após o sucesso de "Heartbreak Hotel" a RCA tinha esperanças de repetir o mesmo sucesso comercial, o mesmo boom de vendas. Isso não aconteceu com "I Want You, I Need You, I Love You" mas quando "Hound Dog" pintou nas lojas o sucesso foi imediato. Não era para menos. A canção já vinha causando alvoroço nas apresentações ao vivo quando Elvis usava de seu ritmo contagiante para apresentar sua já tão famosa dança selvagem. Além disso o Lado B do single era por si só um outro hit em potencial. "Don´t Be Cruel" caía como uma luva no gosto das adolescentes que na época sonhavam com Elvis em suas fantasias românticas.

De fato o que muitos ignoram é que "Hound Dog" jamais deveria ter sido gravada por Elvis Presley. A música foi composta por Leiber e Stoller para a cantora Big Mamma Thornton. "Hound Dog" era uma gíria dentro da comunidade negra que significava homens que não paravam quietos, sempre atrás, na "caça" de outras mulheres. Na música uma mulher negra pede para que seu homem dê o fora pois não passa de um "Hound Dog", um velho cão sempre farejando um novo rabo de saia. O tema obviamente se encaixava totalmente com "Big Mamma", uma senhora negra de meia idade já cansada da vida, mas não fazia o menor sentido para um cantor branco, garotão e jovial como Elvis. Na cabine de gravação até houve um certo debate sobre isso. A música poderia ser interessante para Elvis nos palcos, mas seria adequada para gravação? Presley não se importou muito com esse detalhe, mexeu em algumas coisas na letra (versos que nunca foram escritos por Leiber e Stoller) e foi à luta. As sessões foram penosas. Elvis não se dava por satisfeito e muitos takes foram gravados. Exausto, ouviu uma por uma as tentativas até finalmente escolher o take que considerava o melhor.

"Hound Dog / Don´t Be Cruel" fez um sucesso espetacular. Na primeira semana o single vendeu mais de 600 mil cópias e quando todos achavam que tinha atingido seu pico ele voltou a surpreender vendendo ainda mais na segunda semana. Elvis chegou ao primeiro lugar entre os mais vendidos da Billboard, mas o compacto não perdeu pique nas vendas. A Variety, famosa publicação de cinema e música, noticiou na época que a RCA Victor estava encontrando dificuldades em atender todos os pedidos de lojas espalhadas em todo o país. Mal os singles chegavam nas vitrines e eram logo esgotados em poucas horas. Em pouco tempo o single havia vendido a estupenda marca de 5 milhões de cópias, fato inédito para a gravadora! Não tardou para que os recordes de vendas fossem noticiados pelos EUA afora, aumentando ainda mais a procura pelo novo disco do jovem cantor. Uma coisa levava a outra e os números só aumentavam de semana para semana. Elvis estava agora no topo de todas as paradas, com duas canções ocupando a primeira e segunda posição na principal lista de hits mais vendidos (um feito que apenas os Beatles conseguiriam repetir na década de 60). Um sucesso realmente sem precedentes. Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a força do novo cantor ela se dissipou completamente com o êxito fenomenal do novo compacto. Elvis Presley não era apenas um nome em potencial, era um sucesso absoluto de vendas. O novo astro de ouro da indústria do disco.

Hound Dog (Jerry Leiber - Mike Stoller) / (MCA Music, inc, Gladys Music Co, ASCAP) 2:16 - Data de gravação: 02 de julho de 1956 - Local: RCA Studios, New York. / Don't Be Cruel (Otis Blackwell - Elvis Presley) / (Elvis Presley Music, Unichapell Music, BMI) 2:02 - Data de gravação: 02 de julho de 1956 - Local: RCA Studios, Nova Iorque. / Músicos: Elvis Presley (vocal e violão), Scotty Moore (guitarra), Bill Black (baixo), DJ Fontana (bateria), Shorty Long (piano), Gordon Stoker (piano em "Hound Dog"), The Jordanaires (vocais de apoio) / Engenheiro de Som: Ernie Ulrich / Produção: Steve Sholes / Estúdio de gravação: RCA Studios, New York / Data de Lançamento: junho de 1956 (EUA) / Setembro de 1956 (Inglaterra) / Dezembro de 1956 (Brasil). 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Elvis Presley - I Want You, I Need You, I Love You / My Baby Left Me

O segundo single de Elvis pela RCA Victor foi composto pelas canções "I Want You, I Need You, I Love You" no lado A e "My Baby Left Me" no lado B. O fato é que o sucesso do single anterior com "Heartbreak Hotel" pegou muita gente de surpresa, em especial os críticos. Não tardou para que eles se posicionassem contra Elvis. Para uma parte considerável da crítica musical da época o novo cantor soava estridente e sem valor, um reflexo da pobreza cultural que atingia os jovens transviados de lambreta (a tal juventude que era rebelde sem causa). É claro que havia todo um preconceito contra o novo som e quando ele foi adotado pelos jovens a má vontade aumentou ainda mais. Como os jornalistas que escreviam sobre música na época eram senhores de mais idade, qualquer coisa que fosse curtida pela juventude era automaticamente vista com desconfiança.

O segundo single de Elvis chegou nas lojas em maio de 1956 sob fogo cerrado. As apresentações do cantor na TV rebolando causaram ainda mais ojeriza e o compacto recebeu bordoadas de todos os lados, principalmente a faixa principal onde Elvis cantava uma baladona romântica. O que afinal esse cara de costeletas está querendo? - pensaram os reacionários de plantão. Bobagem. Elvis Presley era apenas um artista tentando apresentar um bom material, mesmo que sob condições adversas. Quando Elvis gravou essa faixa sua popularidade começava a tomar conta do país. Viajando de um lado para o outro em excursões Elvis quase morreu após entrar em um velho avião que deu problemas técnicos. Abalado e abatido com o ocorrido ele entrou em estúdio justamente para gravar "I Want You, I Need You, I Love You". Imaginem ter que relaxar e entrar em um clima romântico após quase morrer em um acidente de avião. Foi isso que Elvis teve que superar nesse momento.

Ouvindo hoje percebemos um certo estado de tensão em Elvis. Ele canta a música corretamente mas não da forma suave adequada. "My Baby Left Me", gravada em Nova Iorque nas sessões do disco "Elvis Presley", me soa bem melhor. De autoria de Arthur "Big Boy" Crudup, a música tinha pegada e ritmo. No pique certo Elvis conseguiu um belo registro - um rock / blues no tom certo, correto. Para promover o single Elvis iria a TV algumas semanas depois e cantaria a faixa principal vestido de fraque e cartola (algo que detestou). A ironia era apresentar Presley como um sujeito fino e elegante, bem distante da imagem selvagem que estava se formando em torno dele na imprensa. Era uma piada que Elvis parece não ter gostado muito. No meio de tanta polêmica e marketing a canção alcançou um honroso terceiro lugar na principal parada de sucessos dos EUA. Bom, diante das circunstâncias realmente não foi nada mal no final das contas. Dias melhores viriam pela frente.

Elvis Presley
I Want You, I Need You, I Love You / My Baby Left Me (Estados Unidos, 1956) Selo: RCA Victor - Data de Lançamento: maio de 1956 / Músicos: Elvis Presley (vocal e violão), Scotty Moore (guitarra), Bill Black (baixo), DJ Fontana (bateria), Chet Atkins (guitarra), Marvin Hughes (piano), Short Long (piano), The Jordanaires (vocais de apoio) / Produção: Steve Sholes /  I Want You, I Need You, I Love You (Gladys Music Co, ASCAP) 2:40 - Data de gravação: 11 de abril de 1956 - Local: RCA Studios, Nashville. / My Baby Left Me (Unichappel Music / Grudup Music, BMI) 2:11 - Data de gravação: 30 de janeiro de 1956 Local: RCA Studios, NY.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de julho de 2023

Elvis Presley - Heartbreak Hotel / I Was The One

O primeiro sucesso nacional de Elvis Presley curiosamente não fez parte de seu primeiro álbum pela RCA Victor. "Heartbreak Hotel" só foi lançado mesmo em single, compacto simples, com a baladona "I Was The One" no lado B. Afinal porque isso aconteceu? Muito simples. A lógica comercial da indústria fonográfica nos anos 50 era bem diferente da de hoje. O carro chefe da popularidade dos artistas era justamente o single - pequeno compacto de vinil com duas canções, uma no lado A e outra no lado B.

Caso a canção conseguisse fazer sucesso nas rádios a venda desses pequenos discos era garantida, eram baratos, simples e muito acessíveis, sendo vendidos em todos os locais - até em postos de gasolina. Retorno financeiro rápido e fácil. "Heartbreak Hotel" foi muito trabalhado pela RCA. Elvis havia custado caro à gravadora e ele tinha que emplacar nas paradas de todo jeito. A música causou perplexidade entre alguns executivos. Era bem estranha, com um ritmo pouco comum, não era um blues, nem um rock autêntico e tampouco era uma balada. O que diabos era "Heartbreak Hotel" então?

A canção foi escrita baseada em uma única frase: "Eu caminho numa rua solitária". Mae Axton havia lido essa frase marcante em um jornal local que noticiava o suicídio de um homem que havia deixado escrito em seu bilhete de despedida apenas isso. Ela então imaginou que no final dessa rua solitária deveria haver um Hotel... dos corações partidos. Mais emblemática do que isso, impossível. Mae então levou a música para uma convenção de músicos e compositores em Nashville. Ela sabia que Elvis Presley iria estourar nas paradas e isso poderia ser sua grande chance de emplacar um sucesso realmente nacional. Após muita luta conseguiu uma audição com Elvis. Tocou a música para ele numa demo onde o cantor tentava imitar justamente o estilo de Elvis. Presley adorou o que ouviu e disse que gravaria a música. O resto é história.

Durante muitos anos se especulou porque Elvis estava creditado na música se não a tinha composto de fato. Era comum na década de 50 os cantores dividirem a autoria da música para lançamento em suas vozes no mercado. Era uma forma do intérprete ganhar alguns trocados a mais com os direitos autorais. Era praxe na época e Elvis seguiu apenas um costume do mercado fonográfico. Apesar disso sempre que perguntado em entrevistas se tinha realmente composto a música, Elvis logo se punha a explicar que não era o caso, que ele apenas assinava a composição por uma questão de mercado. "Heartbreak Hotel" trouxe bons resultados para Elvis - caiu no gosto popular e atingiu o primeiro lugar na parada Billboard (a principal dos EUA). Foi a primeira vez que ele conseguiu esse feito. Além disso trouxe ao cantor seu primeiro disco de ouro. Era o começo de um reinado nas paradas de singles que iria durar, sem maiores interrupções, até mais ou menos 1962 quando seus singles começaram a derrapar nas paradas por causa dos filmes em Hollywood. Essa porém é uma outra história.

Elvis Presley: Heartbreak Hotel / I Was The One (1956)
Elvis Presley (vocal, violão), Scotty Moore (guitarra), Chet Atkins (guitarra), Bill Black (baixo). D.J. Fontana (bateria), Floyd Cramer (piano), Gordon Stoker, Ben Speer e Brock Speer (vocais de apoio), Heartbreak Hotel (Tree Publishing Co, BMI) 2:08 - Data de gravação: 10 de janeiro de 1956 - Local: RCA Studios, Nashville. I Was The One (Cheppel e Co, Inc / Rachel's Own, ASCAP) 2:33 - Data de gravação: 11 de janeiro de 1956 - Local: RCA Studios, Nashville.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de julho de 2023

Elvis Presley - Os Singles dos anos 50

Elvis Presley - Discografia de Singles - Anos 1950 - Segue abaixo todos os singles (compactos simples) lançados por Elvis Presley em sua carreira durante os anos 50. Muitos desses discos originais são bem raros nos dias de hoje, valendo pequenas fortunas para colecionadores de material do cantor. Outro aspecto a se levar em conta é que nem todos os singles tiveram capas com fotos de Elvis ou arte mais bem elaborada feita pela gravadora. Os primeiros singles da Sun Records eram bem simples, contando apenas com capa padrão da gravadora e selo amarelo, sem luxos. Só a partir do momento em que Elvis virou um fenômeno de vendas é que a RCA Victor procurou melhorar na apresentação dos singles, contratando artistas para a elaboração de bem feitas capas, algumas delas com design até hoje imitados por outros artistas. Segue abaixo a lista completa, com informações adicionais.

Relação dos compactos lançados de 1954 a 1959 de Elvis Presley de acordo com a discografia dos EUA:

1) That's All Right / Blue Moon of Kentucky (Sun) 1954
2) Good Rockin Tonight / If I Don't Care if the Sun Don't Shine (Sun) 1954
3) Milkcow Blues Boogie / You're a Heartbreaker (Sun) 1955
4) Baby Let's Play House / I'm Left, You're Right, She's Gone (Sun) 1955
5) I Forgot to Remember to Forget / Mystery Train (Sun) 1955
6) Heartbreak Hotel / I Was The One 1956 # **
7) I Want You, I need You, I Love You / My Baby Left Me 1956 #
8) Don't Be Cruel / Hound Dog 1956 #
9) Blue Suede Shoes / Tutti Frutti 1956
10) I Got a Woman / I'm Counting On You 1956
11) I'll Never Let You Go / I'm Gonna Sit Right Down and Cry 1956
12) I Love You Because / Trying to Get You 1956
13) Just Because / Blue Moon 1956
14) Money Honey / One-Sided Love Affair 1956
15) Shake, Rattle and Roll / Lawdy, Miss Clawdy 1956
16) Love Me tender / Anyway You Want Me 1956 #
17) Too Much / Playing for Keeps 1957 #
18) All Shook Up / That's When Your Heartaches Begin 1957 #
19) Teddy Bear / Loving You 1957 #
20) Jailhouse Rock / Treat Me Nice 1957 #
21) Don't / I Beg Of You 1958 #
22) Wear My Ring Around Your Neck / Doncha Think It's Time 1958 #
23) Hard Heard Woman / Don't Ask Me Why 1958 #
24) One Night / I Got Stung 1958 #
25) A Fool Such As I / I Need Your Love Tonight 1959 #
26) A big Hunk O'Love / My Wish Came True 1959 #

**A partir deste single todos saíram pela RCA Victor.
# Singles premiados com Disco de Ouro e/ou Platina.