Elvis ainda estava acertando os detalhes finais da trilha sonora de Jailhouse Rock quando foi levado para os estúdios da RCA na Califórnia para a gravação de um punhado de músicas natalinas. Era um projeto que fugia bastante da imagem que ele tinha naquele ano. Veja, Elvis havia herdado a coroa de rebeldia que um dia pertenceu a James Dean e isso se consolidava muito bem até mesmo no cinema. Só que de repente, meio do nada, ele entrava em estúdio para gravar músicas de natal. Foi algo que realmente pegou muita gente de surpresa.
Elvis, que era rápido no gatilho no que dizia respeito aos estúdios de gravação de seus discos, terminou tudo em apenas 3 noites no Radio Recorders, em West Hollywood, na Califórnia. Ele finalizou tudo rapidamente entre os dias 5 a 7 de setembro de 1957. A produção dessa sessão ficou a cargo de Steve Sholes. O veterano produtor não interferiu muito. E isso se reflete nas músicas. Se não fosse a temática das letras poderíamos dizer que o materal era bem de acordo com a sonoridade de Elvis na época. Havia rock, blues e pop, sem problemas. O diferencial é que nas letras ele falava de Papai Noel e coisas de natal, mas no geral, as canções eram bem joviais. Um jovem fã de Elvis ouviria o álbum numa boa, sem problemas. E essa era sem dúvida a intenção da RCA Victor.
Esse disco contou apenas com a banda habitual de Elvis, os que estavam sempre ao seu lado gravando o material dito convencional. Assim Bill Black estava no contrabaixo, Scotty Moore na guitarra e DJ Fontana na bateria. Esse era o núcleo duro dos músicos de Elvis, aqueles que estavam com ele desde os tempos da Sun Records.
A novidade veio na presença de Millie Kirkham. Dona de uma voz maravilhosa, ela se juntou aos Jordanaires para trazer um lado feminino nos vocais de apoio. E completando a equipe, Dudley Brooks veio para tocar o piano. Nas primeiras gravações de Elvis na RCA o próprio cantor havia tocado piano em algumas sessões, mas isso seria trabalhoso demais para ele, que ainda atuava muito na criação dos arranjos das músicas. Assim, pelo menos nessa sessão, ele apenas atuou como cantor, mas claro, sem deixar de lado seu trabalho informal como produtor e arranjador de todas as músicas.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley
ResponderExcluirPablo Aluísio
A Millie Kirkham, no filme Elvis é Assim, andado ao lado do Elvis no corredor de mini saia branca, com umas coxas lindas e, como sabemos hoje, ali ela ja tendo quase 50 anos, é uma das imagens mais íconicas de tantos registros extraordinários dos shows do Elvis
ResponderExcluirUma bela mulher com uma bela voz. Ela está ótima no disco Something for Everybody de 1961.
ResponderExcluirMas Pablo, acho que vale uma observação: não sei se foi porque em 1970 ela era a mais velha da banda, ou porque seu rosto demonstrava até mais idade do que seus 47 anos, as câmeras nunca a focalizam no filme, bem ao contario do que acontece com as jovens Sweet Inspirations e depois, nos próximos anos, com a também também soprano, a jovem Katty Westmoreland. A Mille só aparece no filme, e de longe, nessa maravilhosa cena do corredor a caminho do show.
ExcluirSim, pode ter sido etarismo da produção do filme, o que não deixa de ser lamentável, afinal ela foi a primeira voz feminina a entrar nos discos de Elvis, lá atrás, ainda nos anos 50. Era excelente cantora e vocalista.
ResponderExcluirNesaa epoca hippie o jovem, a juventude, dominava o mundo. Ser velho era ser o errado. Ate o John Lennon disse "nunca confie em ninguém com mais de 30 anos". Nada podia ser associado a velhice, ou maturidade.
ExcluirSim, era uma coisa presente tanto que o Elvis foi vítima dessa mentalidade também. Quando ele fez 40 anos fizeram matérias na imprensa americana só para atacar ele por estar velho - um absurdo sem tamanho! E o Elvis, coitado, sentiu...
ResponderExcluirSentiu mesmo e isso ajudou a mata-lo. Ele mesmo não se aceitava como um velho cantando rocks.
ExcluirTudo preconceito idiota! E assim perdemos pelo menos mais uns 20 anos de sua música. Ele morreu aos 42, ainda um homem jovem para os padrões de expectativa de vida!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirA ironia do destino é que como o próprio Elvis havia comecado tudo, não tinha roqueiros velhos, ao contrario de hoje que vemos os macerados Mick Jagger e Keith Richards com 80 anos cada, parecendo maracujás de gaveta, e ainda pulado no palco como jovens. O Elvis nunca teve essa baliza. Coitado.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão havia mesmo roqueiros velhos naquela época. Rock era coisa de jovens apenas. E Elvis sofria por causa dessa mentalidade idiota!
ResponderExcluir